Um pessimismo mortal

Certa vez eu li, não lembro em que livro nem o autor, essas palavras cruéis e que martelam a minha cabeça até hoje: "A vida e a beleza são mortais." Tudo bem, eu tenho noção disso, mas e daí? Embora ciente desta realidade continuei a leitura: "Vida, a coisa mais linda e a mais horrorosa, em todo o universo ao mesmo tempo. Se tudo fosse perfeito, por natureza, nada deixaria de existir um dia. Até mesmo o universo vai encontrar sua hora. Tudo morre. É o nosso destino que se aproxima a cada dia. Ao mesmo tempo, a beleza só é bonita enquanto mortal. Não dá para achar algo que é imortal, bonito. Pois não tem como dar valor a algo que nunca vai acabar."

Bom, até aí tudo faz sentido. Mas continua: "Aquilo que não morre, na verdade, nunca viveu. Mas no fim das contas o ato de viver é lindo. Entretanto devemos saber como viver nossa vida ao máximo. Cometemos erros, mudamos nossos caminhos e nossas direções na vida. Vivemos para errar e aprender com nossos erros. Obviedades! Dirá você, tentando compreender o significado desta realidade.

Então ele continua: "Através de algo corriqueiro e inesperado que nos acontece temos a percepção intuitiva da sua essência. Só teremos tudo quando perdermos tudo, ou seja, quando não perdemos nada não há o que buscar. Só temos tudo quando perdemos. Você nunca vai se achar se você nunca se perder."

Parece complicado mas refleti sobre cada palavra e prossegui a leitura:

"O sucesso só vem depois de falhar miseravelmente várias vezes. É insistir e falhar que vai te permitir prosperar e achar sua felicidade. O trecho da vida em que aprendemos mais é, sem dúvida, a juventude. A vida nos ensina coisas num fluxo rápido, mas quanto mais velho a gente vai ficando, menos frequente essas lições acontecem.

Você provavelmente vai decidir antes dos seus 25 anos a pessoa que você quer ser pelo resto da sua vida. Tudo que você experimentou, as tentativas, fracassos e tudo mais, estabeleceram o núcleo de quem você é hoje, agora, moldando a sua personalidade. Um dia você vai olhar para trás, ver toda aquela diversão e aqueles sufocos que você passou, e aceitar que tudo aquilo deveria ter acontecido, que tudo aquilo foi completamente necessário. As pessoas falham toda hora frequentemente múltiplas vezes nas mesmas coisas.

Falhar é uma das coisas mais legais do mundo, pois nos lembra o quanto somos imperfeitos. Lembra-nos o quanto temos que aprender para nos tornarmos as pessoas que gostaríamos de ser. Realmente, a vida é uma coisa incrivelmente complexa! Enfim, termina assim esta reflexão que li: "Às vezes é difícil manter consigo tudo que se quer. Às vezes, aquilo que veio até você já veio destinado a ir embora. Pode ser que a vida que você leva esteja tão distante da vida que você deveria viver que perder tudo é a única forma de te fazer recomeçar em busca do que você realmente quer. O momento que você percebe que nem a perda pode te parar, nem a tristeza, o desespero ou o medo podem te segurar, é o momento em que você percebe que é perfeito. Perfeitamente falho,

mas ainda sim, perfeito."

Edir Araujo, poeta e escritor. Autor de "A Passagem dos Cometas", "A Boneca de Pano" (romances psicológicos). "Risos e Lágrimas" (coletânea de poemas, crônicas e microcontos). Escrevendo atualmente "Fulana" (inédito) e muitos escritos em blogs, jornais e pela web afora ad aethernum.

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ISBN 978-85-913565-2-2

Edir Araujo
Enviado por Edir Araujo em 26/03/2019
Reeditado em 22/08/2020
Código do texto: T6608023
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