Desapegando.

Ultimamente venho me despindo de muitas coisas. Não ficando nu por aí ou praticando nuds em redes sociais, isso não! Mas me despindo de tudo que não vale mais a pena carregar comigo, seja dentro ou fora.

Depois que meu relógio de pulso acabou a bateria e logicamente parou de funcionar às 16:12 do dia vinte e três de março, um relógio que usei desde 1997, ou seja, vinte e dois anos no meu pulso esquerdo, percebi que ele não me fazia mais falta, afinal, tenho horas no celular. Deixei-o de lado. Ficou para o museu. Uma vez até escrevi um poema dedicado a ele. Foi-se. Está lá, guardado, parado às 16:12 daquele dia vinte e três de março de 2019. Passou. Senti alívio com isso! Confesso! Um ornamento a menos no corpo, um objeto a menos para tirar quando chegar cansado em casa, um peso a menos no braço, um incômodo que durante anos riscou o vidro da minha mesa do escritório.

O mesmo se deu com a caneta do bolso, a mesma e velha caneta oxidada que ficou ali pendurada durante décadas, tendo apenas o refil trocado, que já assinou centenas de contratos e petições, documentos, cheques, acordos, recursos, etc, etc, etc.

Agora procuro a leveza dos ser, sem querer mencionar Milan Kundera, que Deus o tenha!, mas usar roupas mais leves, conviver com quem não pesa, pessoas tóxicas e vampirescas (você sabe identificá-las!), pensamentos negativos sobre o futuro ou recordações que não valem a pena preencher espaço na mente. Fica apenas o leve, o sorriso alegre de quem acabou de apostar uma corrida com um amigo no fim de uma tarde de primavera , e que perdeu!, e em seguida deram gargalhadas enquanto o suor escorria da fronte de ambos; ficam as boas recordações, as espontaneidades, os encontros não planejados, os suspiros dos bons momentos.

Mesmo aquelas pessoas que tiveram bons momentos ao seu lado, e mesmo que hoje vocês estejam em lados opostos, aquela pessoa sabe quais foram os bons momentos! Ela tem dentro de si essa recordação, mesmo que encubada em seu inconsciente, essa imagem fica, e mesmo que o ódio tente abafar o belo, o bem sempre vence!

Silvio Santos um dia disse algo parecido em seu programa, algo espontâneo, algo do tipo: “O mal nunca vence o bem! O mal pode prevalecer por algum tempo, mas no final o bem sempre vence o mal!”.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 28/03/2019
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