CARRO PARADO, VIDRO PELICULADO – UMA LIÇÃO SOBRE DEUS

A sociedade costuma ter olhar de malícia ao ver dois jovens em um carro conversando, principalmente se a película do veículo é escura - Cadê a fonte científica que fala isso? - A história que vou contar tem a ver com esse pensamento, 2 abestados que nem se tocaram com o que as “tias” mais antigas da igreja chamam de “aparência do mal. Mas... antes de tudo, preciso voltar a 2012, explicar como conheci essa guria.

• 2012 – Contada no modo TURBO

Era eu um estudante do ensino médio, onde naquela época meu amigo Danillo ainda morava no Brasil. Nossa amizade era como qualquer amizade: conversávamos sobre tudo e principalmente sobre mulheres (Nãaaao, mais firme logo!) e, em uma destas conversas, eu digo a ele:

- Mano, diz logo pra tua namorada apresentar uma amiga dela pra mim! “Dirocha!”

- Ah, mano, vou ver aqui com ela. Parece que ela tem uma amiga chamada Thaís.

- Na hora!!! Me apresenta logo, “quié”. Mas faz os papos logo que eu sou muito ruim pra essas coisas.

Ocorre então no final de semana posterior a conversa, o tão famigerado encontro de amigos. E neste encontro, conheço a Thaís (hehehe). Não demora muito e nos damos bem, logo “ficamos” nesta noite.

Mas não passou disso, nem contato nós tivemos depois, talvez umas conversas, não sei. Mas morreu nisso aí mesmo.

(Falei que era modo turbo)

• 2016

Em meados de 2016. Eis que encontro a Thais novamente, e de forma bem aleatória (kkkkkkk): no aniversário de outra Thais que nós 2 não éramos próximos e que fomos convidados de forma indireta pela mesma amiga. Lá a gente, “fugindo a lógica indubitável da razão”, começamos a conversar copiosamente sobre teologia. É conversa que não acaba mais e que não quer acabar. Até um pouco estranho, devido ao tempo que não mantínhamos contato, e a profundidade e complexidade do assunto.

Difícil encontrar alguém assim pra conversar, né? Mas eis que eu querendo conversar mais com a hoje “advogata”, após um aviso de seu amigo dizendo que já ia, tomo e frente e digo:

- Não queres que eu te deixe em Macapá? Não tem problema pra mim.

Prontamente Thaís concorda.

Interessante ressaltar que Thaís era uma menina recatada e do lar, nunca aceitaria um convite desse, ainda mais vindo de um rapaz que a muito não conversava. Mas estranhamente aceita o convite e decide confiar nesse rapaz que vos escreve.

E no meio do aniversário ocorre o evento CARRO PARADO, VIDRO PELÍCULADO. Eu, em um ato um tanto quanto duvidoso, convido Thaís para ir apenas buscar um “negócio” no seu carro. Chegando lá – não se sabe porque – Thaís é convidada a sentar no banco dianteiro e conversar sobre teologia de novo (Só sabia conversar disso, é?).

Lá o papo rola de forma tão suave que o tempo passa rápido. Quando nos damos conta, já havia sido criada a aparência do mal (rs). Voltamos às mesas do aniversário e segundo Thais relata, seus amigos já olharam para ela com um ar de desconfiança e sarcasmo.

Oxi, não podem 2 jovens debater teologia em um carro parado e peliculado por alguns minutos? Talvez, mas aí devem estar prontos para as brincadeiras, coisa que nem me passou pela cabeça na hora. DESCULPA, THAIS

Mas aí eu desligado do jeito que sou, nem percebo e logo convido Thais para ir embora. Entretanto, no meio do caminho recebo whatsapp de um amigo, o saudoso Danillo que fez a gente se conhecer em 2012! Ele me convida para ir a casa dele jogar conversa fora e eu de imediato convido Thaís para me acompanhar até lá. Ela também aceita. Mas que menina legal, hein! Hahaha

Chegando lá, a conversa também é sobre teologia, mais precisamente sobre a parte do crer ou não crer. Enfim, de novo teologia e teologia e teologia e teologia... Rs. Será que é só isso que a gente falava? Mas não demora muito e logo temos que ir embora pois já era tarde e eu também precisava voltar pra casa.

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No caminho para casa de Thaís, eu não lembro exatamente o que conversamos (deve ter sido teologia), mas ali já havia sido criado um afeto um pelo outro. Era perceptível.

Sendo assim, ao chegar em frente a casa dela, eu de algum modo comento a respeito de ter ficado interessado nela e, me auto saboto ao argumentar a respeito do jugo desigual, devido as diferentes religiões às quais éramos adeptos. Ali nos despedimos, mas o carinho permanece até hoje.

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Que história “nada a ver” pode-se dizer até. Mas aonde quero chegar com isso? Nem eu sei. Só sei que depois de tanto papo de teologia, foi isso que nos marcou. A teologia conecta nossa amizade. É sobre isso que conversamos às vezes.

Ultimamente estava afastado da igreja e Thais reaparece nas horas mais oportunas para falar a respeito de algo que está fazendo no reino de Cristo. Confesso grande admiração por esta menina e agradeço por sua amizade, mesmo sendo uma das mais distantes que tenho hoje. Ela hoje me mostrou que nunca desistiu desse caminho e que ele só tem a feito cada vez mais feliz! Isso me põe o sentimento de que devo voltar, e seguir os ensinamentos que nos foi deixado pelo príncipe da paz.

Moral deste fato, talvez passageiro e leviano para alguns, mas poderoso para àqueles que percebem a mensagem através das pequenas coisas: NADA é por acaso na nossa vida. Essa amizade nossa que flutua no tempo, vez em quando “afunda” mais um pouco e nos faz conversar sobre o Reino e sobre buscar a Ele. Desta forma, despeço-me desta história que tem um tom antagônico e ao mesmo tempo bonito de se perceber. E agradeço a Thais por ter me causado a saudade desses dias de 2012 e 2016 que vivemos. 😊

Lucas Abrantes
Enviado por Lucas Abrantes em 29/03/2019
Reeditado em 29/03/2019
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