A ideia de que as redes sociais facilitaram a vida das pessoas, de certo modo, é valida. Muito embora tenha lá seus pró e contras. Minha infância e juventude foi marcada por essa onda tecnológica. Então fácil compreender que adoro redes sociais, de modo especial, o Facebook. Lá, é possível conhecer algumas pessoas já que se fazem livros abertos e disseminam suas convicçoes sem controle, bem como, analisar a vida nas redes e das redes (tão igual e tão diferente).
Ao abrir a página do facebook hoje, a primeira mensagem que aparecia, dentre as mais recentes, era um desabafo de um frequentador assíduo das redes sociais sobre a avassaladora chuva de mensagens religiosas e de cunho espiritual que veiculam diariamente nessa rede e em tantas outras. De acordo com o já referido, isso torna o facebook mais cansativo e desinteressante. Confesso que a primeira vista, fiquei bastante irritada com as expressões utilizadas e o desmerecimento enfocado àquelas. Mas, enfim, se liberdade de expressão e opção se reúnem, quem é que vai nos compreender?
A liberdade em sua definição mais sucinta sugere uma forma de expressão de sentimentos, valores, princípios e conceituação sem sofrer nenhuma retaliação por isso, sendo um direito de "colocar para fora" as suas reais intenções. Mas desde que nascemos, estamos condicionados à essa tal liberdade, que ora se apresenta como mediadora, ora se apresenta como instigadora, sendo também um laço de obrigação, quando entendemos que numa sociedade em que as pessoas se co-relacionam, essa liberdade se torna também uma obrigação de respeitar aquilo que do outro parte nas relações interpessoais.
Não é tão fácil perceber que quando se trata da nossa (liberdade) fazemos questão de que seja respeitada e admirada do ponto de vista pessoal, ao passo que, ao contrário, nem sempre somos tão tolerantes e praticantes daquilo que outrora esperamos que seja feito pelo outro. Decerto, somos egocêntricos por demais, para nos colocar no lugar do outro e perceber a empatia de cada ato e ação. Sobre o assunto em tese, apeguei-me as razões já descritas, para dizer que, no caso do facebook, há uma série de opções que permitem que os post's que não nos agradam possam ser ocultados e até mesmo, quando se trata de um usuário que frequentemente posta mensagens parecidas, a opção de não ver mais as atualizações desse. Assim, fica fácil se desligar de tudo e de todas (as mensagens) que desagradam. Mas essa intolerância chamou a atenção de forma especial, quando percebi como somos seres preparados para aceitarmos apenas aquilo que nos faz bem (se é que faz bem) ou aquilo que nos enobrece (ponto de vista). Não se trata apenas de mensagens religiosas e espirituais, mas as de política e corrupção, as de violência e opressão, as de piada e azaração, cada um dá o tom que quer a sua "utilidade" e "futilidade".
Por isso, alcei voo mais alto e compreendi porque tantas guerras são iniciadas, tantos confrontos de ideias e ideais, tantos focos de violência, tantas mortes por reação e tantas besteiras que não nos tornam insanos, e a mãe de tudo isso é a intolerância (a minha também). E repensando sobre a liberdade de expressão e opção cavalgo em terras desconhecidas na perspectiva de que, num futuro próximo, possa ter a ousadia e a coragem de ver no outro e naquilo que dele parte a sua noção de história e a sua própria redenção, porque nem tudo que alimenta a minha alma e o meu corpo é garantia de satisfação (saciar) o outro. E por que não respeitar a visão do outro e tentar perceber nela um ser que se esconde ou se revela em cada gesto, inclusive, na postagem de uma mensagem religiosa/espiritual que pode ser apenas um forma de pedir socorro ou de informar que por trás de um ser humano frágil e limitado, há uma força superior que conduz, porque caso contrário, muitos de nós, nem estariam aqui. E o que é melhor: postar uma mensagem de amor a Deus ou uma imagem de violência contra a nação? O sangue derramado pelo Mestre dos Mestres (que alguns creem) ou o sangue que corre nas veias daqueles que se revestem de amor na prática dos piores crimes, ditos como hediondos, contra a vida? E na sinceridade que toma o corpo apenas afirmo, se ignorar ou entender o que está por trás de muita coisa que nos aparece, teremos mais corações circulando em energias positivas. E que o dia, termine bem... Nas nossas opções e liberdade... Assim seja! Ah! Esqueci de algo importante: todo excesso esconde uma falta...
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 02/04/2019
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