2-- Cofissões de um homem sem Deus

Confissões de um homem sem Deus

Pressinto no Passado mais remoto,

Perdido no infinito da existência,

Um deus—um ser qualquer que desconheço-

Brincando de criar formas e cores...

Era a Terra em que vivo;

Foram seres como Eu,que ele fez marionetes!

Depois, já saturado dos folguedos,

Deixou-nos prosseguir abjurados

Entregues aos instintos antagônicos

Da elementaríssima matéria...

E o Tempo foi rolando indiferente

Até que, pretendendo escravisá-lo,

Os Homens resolveram desafiá-lo

Na seqüência dos meses e dos anos;

Na volúpia sonora dos relógios...

E então veio a esperança no Futuro

E a luz alviçareira de “outro dia”

E quando a madrugada despertou,

Com o Sol, que iluminava a Natureza

Do riso – da alegria ingênua e pura –

Na forma, transmudada em Ser-pensante,

Vibrou a musa etérea da Beleza

Porque a Humanidade era feliz...

Zil
Enviado por Zil em 21/09/2007
Código do texto: T661918