Alan Sloan - 04/2015

Milionário? Não. Filho de milionário? Não. Apenas mais um humano imbecil neste mundo. Ninguém o conhece, provavelmente vai continuar na mesma até a morte. Só enxerga a si mesmo, e é isso que acontece com as pessoas que só sabem olhar a si. Não tem nada de novo. Nada que esclareça melhor. Apenas assim; não são lembradas. Morrem como se já tivessem morrido há muito tempo.

Ele também não faz nada de importante, nem viver vive, está aqui como aqueles enfeites na sala das senhoras. Só traz poeira e mais poeira e nem bonito é, só está aqui para preencher o lugar de outro que caiu e quebrou. E só vai ficar até que tenham tempo de comprar outro.

Homem. Alto. Magro. Misterioso. Colecionava sonhos, mas infelizmente nunca realizou nenhum. É tolo demais para perceber que o tempo passa tão rápido.

Conheço Alan Sloan há tanto tempo que poderia ser capaz de escrever sua biografia, seria uma reprodução perfeita, já que aprendi com ele a dizer tudo que digo. Somos copias ou quase. Ele me ensinou a ir atrás das coisas, mesmo que elas estejam do outro lado do oceano ou do outro lado da vida. Eu abri portas que eu nunca nem ao menos tinha imaginado abrir, ele era o meu tudo e era por ele que eu vivia. Eu fiz tudo que ele pedia, porque no fundo sabia que esses eram seus sonhos, como ele não pôde realizar, eu mesmo os realizo. Agora, estou com uma dor forte no braço esquerdo, mas permaneço escrevendo. Era o que ele faria, certo?

Alan Sloan não se passou de um homem como qualquer outro, tinha um bom papo pra render uma história, mas ninguém se encarregou disso. Por ser qualquer homem, não significa que não mereça um bocado de palavras inteligentes e um singelo obrigado.

Ana Carolina Fretta
Enviado por Ana Carolina Fretta em 13/04/2019
Reeditado em 13/04/2019
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