OBSERVÂNCIA

A arte de observar.

Ouvi dizer que quem observa se torna sábio, mas sábio em que, em observar?

Observar é uma tarefa um tanto quanto complicada, demorada, astuta, detalhista, silenciosa e peculiar.

Quem observa se abstém de qualquer coisa ao seu redor, pois toda atenção é voltada para o núcleo observado, seja ele qual for.

Há quem observe o comportamento dos pássaros, os fatos históricos, o desenvolver de uma planta, e têm os piores, os que observam a vida das pessoas.

Observar é do ser humano, mas não vamos confundir observar com monitorar, xeretar, futricar ou ainda vigiar o que não nos diz respeito.

O que é da vida do outro não pode diretamente influenciar tanto nossas próprias vidas a ponto de sermos atingidos fatalmente, então por que sermos aquelas vizinhas sentadas o dia todo na calçada tirando relatórios de cada passo de quem passa por ali?

Sejamos diferentes, mas para melhor, porque esses dias fiquei sabendo da existência de Stalkers, isso mesmo, Stalkers são perseguidores que se julgam no direito, e ainda pior, no dever de perseguir as pessoas, aonde vão, com quem vão, o que fazem. Descobrem onde moram, fazem ameaças e tudo mais. É como aqueles filmes de maníacos que podem até se tornarem assassinos.

Observar é bom, nos tornam muitas vezes preparados para determinadas situações, é como estar um passo à frente do que possa vir a acontecer, para não termos grandes surpresas agradáveis ou como na maioria das vezes, desagradáveis. Contudo pra tudo há de ter um limite, uma coisa é nos entreter com plantas, animais, pesquisas laboratoriais, sei lá, com qualquer coisa que não prejudique a parte observada e outra coisa bem diferente é ultrapassar o espaço de uma pessoa, invadir e interferir na sua intimidade, constranger um individuo por pura curiosidade ou qualquer tipo de afeição.

Eu observo, observo muito, principalmente o comportamento do ser humano e até mesmo dos animais, observo a mim mesma dentro de cada situação e assim tento adquirir sabedoria e discernimento para ter meu posicionamento perante o mundo e a vida, e assim chegar a conclusões e julgamentos internos que me fazem amadurecer emocionalmente e ter minha própria opinião, livre de influências porque se esta houver já deixará de ser algo meu.

Roberta Krev
Enviado por Roberta Krev em 15/04/2019
Reeditado em 22/04/2019
Código do texto: T6624088
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