MAGIA

Por que há tantas pessoas que acreditam em magia? E isso não é privilégio apenas das crianças não, muitos adultos se rendem a este mundo de fantásticas histórias que envolvem perigosas e ardilosas performances de seres dominantes sobre os mistérios da natureza.

Como entender o porquê do poder de quem controla a imaginação e o invisível se torna tão fascinante e envolvente?

Deve ser porque gostaríamos de na fase adulta ainda preservar a inocência de acreditar sem ter visto, acreditar na honestidade do outro sem precisar de provas, testemunhas. Acredito que nesta fase a descrença é acentuada, a solidão uma sombra companheira e tudo isso se quebra diante do inimaginável, do impossível possível dos personagens inventados para bloquear nossas mentes.

É tão mais fácil acreditar no garoto com a marca da morte do que acreditar que ajudamos a causar muitas mortes, é mais interessante o cara que viaja de skate no tempo que tentar achar soluções para diminuição da fome no mundo.

É mais emocionante a saga do rapaz guardião de um anel do que lutar por igualdade de gêneros e pela paz entre os povos e poxa como é satisfatório ver a fada madrinha má se vingar de quem a feriu do que ver que crianças estão fazendo coisas de crianças.

Acompanhamos histórias, sagas infinitas de seres inexistentes que nos esquecemos do mundo real que vivemos, das dificuldades enfrentadas no dia a dia, desde o pegar o ônibus pra trabalhar num dia chuvoso às noticias de guerra dadas pelos jornais noturnos. Nos influenciamos mais dos exemplos passados por filmes, seriados, do que pelos bons exemplos vivenciados juntos aos nossos pais dentro de casa.

E o pior de tudo é que estamos deixando nossas crianças serem levadas por Dracos e Harrys que manipulam essas pequenas mentes que se tornarão as mentes que controlarão este mundo.

Não digo tirar a fantasia, a magia dos nossos pequenos, mas isso ser apenas uma janela e não todo o horizonte de expectativas que os aguardam na vida adulta, porque frustações, meus caros, foram feitas para serem lidadas com ações e não com varinhas de condão.

Roberta Krev
Enviado por Roberta Krev em 15/04/2019
Reeditado em 22/04/2019
Código do texto: T6624089
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