Abraçada. É assim que me sinto quando adentro essas casas milagrosas. Por onde se entra por portas, janelas, telhados, túneis, frestas e, depois, se sai(?).
 
Casas - como uma droga, um circuito vibrante : móveis imóveis, suspensos, que se aproximam de outro objeto, outro sentimento, outra emoção - E um vulto percorre os cômodos, uma esperança inunda um dos quartos, e a escrita, a torto em linhas destras, [ ateia-nos fogo ], respira na memória agora cultivada pelos olhos, como a gerar vida. Cuja natureza é nos conduzir à aventura de decifrar os enigmas do mundo.
 
Como um outorgado colar de pérolas sufocado ao pescoço. Uma maneira obscura de receber à nossa alma, outra alma e toda sua ressurreição.
 
Amo livros ! Amo tudo neles - as diferentes texturas, o design, a diagramação, o cheiro, todos os conceitos e idéias, e o poder absurdo de nos transportar algures além dos nossos jardins particulares.
Um objeto(?) tão simples e permeado de iluminações.

 
Um momento de cura : um livro, um canto qualquer, displicente, retirado de tudo. Ou ainda uma livraria, de preferência com uma cafeteria bem servida, a mesclar o cheiro dos livros com o cheiro do café. Pro meu deleite, uma combinação perfeita !
 
No momento, se encontram à minha cabeceira esses três livros :
Poesia Completa - Manoel de Barros, Vozes Anoitecidas - Mia Couto, e, um presente : A arte da felicidade - Dalai Lama, em coautoria com Howard C. Cutler 
- Vê-se logo pela capa que se trata de um livro há muito manuseado, mas que, para mim, em nada desmerece a delicadeza do gesto, tampouco perde o seu real valor.
 
Então, sem pretensão alguma, mas em caráter de registro, descreverei um pouquinho sobre o quanto esses livros estão a me tocar a alma .







 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 17/04/2019
Código do texto: T6625793
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