Qualquer pessoa é outro e importante para o meu viver!

Aí o vendedor da loja disse, que conhecia uma pessoa que mora na cidade onde nasci e moro. Disse que a tal pessoa, no mês de setembro, há alguns anos, compra com ele uma quantidade maior de queijos, dizendo ser para uma festa de comemoração de formatura. Até aí tudo legal.

Mas, o engraçado é que o vendedor para que eu identificasse o comprador, seu freguês, disse que o tal senhor tem um veículo tal.

Nossa cidade tem muitas faculdades e de ano para ano, normalmente muita gente cola grau, em turmas variadas e numerosas.

Imagine a minha situação, que resido em uma cidade com mais de setenta mil habitantes, identificar o proprietário de uma tal caminhonete? Não trabalho em sistemas de cadastramento de veículos. Por outro lado. Como saber qual a turma que está comemorando se participamos a minha mulher e eu, unicamente das formaturas de nossos familiares, que somam seis formandos, por enquanto?

O universo de cada um é muito diferente. No caso o do vendedor a limitação universal dele resume-se ao que ele vê e um pouco mais que ficou sabendo.

No instante do comentário dele eu descobri a felicidade em que ele vive, por acreditar ser aquilo tudo que conhece o universo material da existência de todos nós.

Também não pude deixar de pensar: - Não seria esta consideração uma colocação baseada em sua atitude egoísta de viver e acreditar que somente importa o que ele é e vê? Ou não seria a sua vontade de comprar um veículo igual ao que o meu conterrâneo tem?

Não há como julgar um alguém que em nosso conceito cai na qualificação simplória da existência muito hodierna do desconhecimento do outro. Prática de viver e ser egoísta em um mundo onde a solidariedade está a clamar, para o abolir das diferenças sociais.

Tenho certeza que o vendedor, protagonista de nossa história é um assíduo telespectador, ouvinte e comentarista de disciplinas etílicas, em recintos apropriados.

O povo está buscando no tudo algo que lhe satisfaça, não em informação correta e sim na sua não ação em benefício de um bem maior.

No tudo o protagonista me fez sorrir muito e despertou em mim, o notar o carro do outro... mas e o outro será que não é importante?

Na minha conceituação do ser, qualquer pessoa é outro e importante para o meu viver!