Jesus não morreu

Eu acabara de ser presenteado com uma manta de carne de sol, um primo próximo me levara a um açougue em Nova Porteirinha e ainda me doou o troco que recebera.

A primeira oportunidade para trabalhar seria com o meu irmão advogado.

A manta de carne significou muito, sem ela...

Eu havia ficado de repouso por meses, desacreditei em Jesus.

Quando exerci advocacia aprendi direito criminal com um criminoso, ele me dava receita para defendê-lo.

Certa feita ele confessou ao juiz a participação de uma terceira pessoa no delito e detalhou os pormenores da operação criminosa.

Dois estavam presos, ele e mais um, porém esse meu cliente delatou um terceiro e praticamente todo o assalto havia sido cometido por Elvis, que estava foragido.

O processo criminal foi desmembrado com relação ao acusado foragido, pesando inexoravelmente tudo sobre este desalmado.

Brilhante! Meu cliente fora absolvido!

Depois me disse que o Elvis nunca existiu...

A manta de carne significou muito, sem ela...

Era hora de recomeço.

Aquele tempo de repouso havia se cumprido em minha vida e a dúvida foi preenchida com superação.

Eu deveria procurar meu fraterno irmão para juntos fazermos uma parceira.

Depois que eu saí daquele açougue da manta de carne urgentemente viajei a residência de meu irmão advogado.

Ao chegar ali fui recebido desacreditado: “Você está bêbado?”.

A coisa estava ficando feia e parecia mesmo que o irmão não ia abrir o portão pro outro entrar, quando me veio de assalto:

- Acabei de chegar de Nova Porteirinha meu irmão e vim te presentear com esta manta de carne de sol!
Edras José
Enviado por Edras José em 20/04/2019
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