JOVENS SEM LEMBRANÇAS (BVIW)

Quando se é jovem nem se perde tempo olhando para trás, a gente só sonha com o futuro. A gente quer atingir rápido a maioridade para a independência, quer obter sonhos na pressa. Quer a liberdade para o que antes era proibido. À medida que se amadurece, e a lógica toma as rédeas da impulsividade, ocorre o inverso. O olhar se volta para as coisas vividas. O pensamento fica voltando no tempo com vontade de reviver experiências boas e, quem dera, apagar as que causaram remorsos. Não raras vezes me vejo ressuscitando histórias mortas no esquecimento. Tantas experiências passadas, tanta gente que se foi, e tantas outras que permitimos partir da nossa vida. Uma palavra que eu diga hoje pode ser que me leve de volta há uns vinte ou trinta anos. Algumas vezes a consciência pesa por não ter sido mais ousada. Ainda não inventaram máquina para voltar no tempo, mas os cientistas, li uma vez, não estão longe de conseguir essa façanha. Há uma teoria de “Universo gêmeo invertido”, onde o tempo corre ao contrário. Enquanto isso não acontece, temos o privilégio das recordações que nos oportunizam voltar no tempo, visitar lugares e pessoas que deixaram saudades.