O Atropelamento

Na década de 70, os jovens menores dirigiam carros, sem menor problema e alguns em altas velocidades.

Pires do Rio, Goiás, era uma cidade pacata, sem asfalto nas ruas, que eram calçadas com pedras, broquetes e a maioria era de terra mesmo.

E foi numa avenida de terra, sem passeio central e calçada, que aconteceu uma das maiores tragédias familiares.

Um senhor, de família tradicional, viúvo e pai de sete filhos.

Gostava muito de jogar Truco, um jogo de baralho tradicional e também tocava viola por hobby.

Certa noite, deixou a viola em sua casa e foi jogar, com três amigos, na casa de um deles.

Ao silêncio e escuridão da noite, seu Zezinho, como era conhecido, já estava a caminho de casa, voltando tranquilamente, com seu amigo. Tudo parecia calmo, naquela rua de cidade do Interior.

Mas seu Zezinho, de repente, foi abruptamente arremessado ao chão de terra batida. Seu amigo, desesperadamente, foi de encontro ao fiel companheiro, para socorre-lo. Seu Zezinho, tinha sido atropelado por um Veículo, em alta velocidade e o Motorista, nem sequer parou o carro, para socorrer a vítima. A batida foi tão violenta, que as botinas da vítima, voaram centenas de metros e caíram em um quintal de uma casa. O amigo, pediu socorro e então o levaram para um Hospital, mas já estava sem vida. Foi uma tragédia para nossa família. Eu, inclusive, estava na Fazenda de meu pai, dormindo e fui acordado às pressas. Aí, foi só choro e desespero, de minha mãe, que era uma das filhas da vítima. Como havia poucos veículos de passeio, na cidade, na época, foi fácil a Polícia localizar o responsável. A batida, deixou pistas no veículo, pois quando os Policiais, adentraram a casa, pela garagem, já observaram fios de cabelo, no retrovisor e algumas manchas de sangue. Ao adentrarem a casa, o proprietário estava tranquilo, sem suspeitar de nada. Mas, quando o pai chamou o filho, ele estava muito nervoso, chorando e acabou confessando o crime. O rapaz, tinha apenas dezesseis anos de idade. Ao ficarmos sabendo do culpado, alguns primos, queríam linchá-lo, mas foram convencidos a não cometer esse crime. A família do rapaz, fez uma indenização à nossa família e logo se mudaram para Goiânia.

Moral da estória: O sujeito, após 45 anos, foi preso, em Goiânia, mas por outro crime. Corrupção em obras públicas.

Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 02/05/2019
Reeditado em 11/07/2019
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