Mulher e Menina

Aprendi a Reconhecer e honrar o Ser Espiritual que habita em mim... Agradecer o Criador por ser quem fui, quem sou e quem ainda serei. A menina se curou e a mulher esta se curando até hoje.

Aquela menina que diversas vezes teve que conter o choro de autopiedade, as lágrimas de pura raiva, por se ver menina sozinha diante de um mundo hostil, mas que nunca se colocou como vitima, talvez por orgulho ou já pela consciência de que dentro de si habitava uma guerreira.

Essa mulher que de tanto amor pelos filhotes transbordou o coração. Essa mulher que sempre se recusou alimentar de seres vivos por conta do amor que por eles sente... Esse amor que não vai cessar nunca, pois sente sobre si o olhar amoroso de cada ser que habita nesse Planeta. Ela é mãe, menina, mulher, é amorosa, é piedosa.

Hoje olho com carinho para aquela menina que ainda habita dentro da mulher e vejo a mesma doçura e inocência. Mas a mulher se dispôs seguir o caminho quádruplo mesmo sabendo que descalça as pedras iria ferir seus pés, que nos caminhos o perigo surge de repente. Nela nenhuma dureza das pedras, mas a suavidade da água que descia da fonte, o doce sabor do fruto colhido no pé.

Aprendeu a traçar a roda medicinal e enfrentar a sua jornada da Consciência, a se conduzir dentro das energias criadora da vida, através da compreensão do voo dos pássaros, da sua ligação com a Natureza. Aprendeu que os quatros mundos precisam se encontrar para juntos restaurar e curar a mãe Terra. Que o águia do Norte, voaria com o Condor do Sul conforme a profecia dos Incas.

Mulher dona do próprio nariz, que nunca se importou com criticas, opiniões, julgamentos e com questionamentos. Mas não pergunte a ela de onde vem a força que a fez a suportar quando não lhe restava mais nenhuma centelha de esperança, pois pode ser que a resposta fuja de toda sua crença ou compreensão.

Quem a ensinou ser guerreira, a usar um arco, disse que apontasse sempre uma flecha para o infinito que pretendia alcança. Essa mulher conheceu o cansaço do aprendizado e aprendeu que precisava correr com lobos e que se jogada para eles, teria que voltar liderando a matilha, pois é a única forma de sobreviver aos perigos da floresta de quatro caminhos...O Mundo.

Nunca esqueceu a lição: Na vida você precisa apenas de três coisas: simplicidade, humildade e compaixão. Esses devem ser seus maiores tesouros, assim deve ser e assim deve ensinar.

Não tem religião, nunca vai a igrejas, mas traz consigo o respeito por todas as crenças, por entender que todos os seres são espirituais. Que somos UNIDADE, mas o Criador é DUALIDADE.

Tantos a julgaram, tantos a criticaram, tantos a feriram, mas ela seguiu em frente. Enfrentou dias tristes e frios, dias de sol sem alegria... Desvendou seu oceano interior e encontrou a guerreira que alguém disse que morava dentro dela. Encontrou paz observando o vôo da andorinha.

A mulher ouviu milhares de vezes a pergunta: “Até quando?”. E teve coragem de ir embora quando sabia não poder mais amar, que o espaço estava vazio de amor, que nada mais transbordava. Nada pediu, nada quis levar, sem recompensas financeiras, sem a aceitação de pobres mentiras e de promessas vazias.

Tem orgulho em dizer: “Bom é o que é meu, aquilo que fui atrás e alcancei”. Valeu Tânia, apesar das perdas, você sabe que sonhos se realizam.

Essa Mulher nunca precisou tripudiar em cima de ninguém, sobre os erros de quem quer que seja. Manteve sempre a cabeça erguida com dignidade, coragem e humildade, quando todos esperavam que no seu coração florescesse a mágoa, a arrogância, desprezo e desamor pelos seres da Terra. Fez o contrário do que esperavam dela: Juntou todos os seus pedaços espalhados e colou. Com as mãos postas em oração, inclinou a cabeça humildemente e AGRADECEU, pois sempre reconheceu o quão pequena diante da Grandeza do Criador.

Sempre soube que o mundo não girava e nem nunca giraria em torno de si. E que tudo obedece a uma ordem do Universo, que ciclos devem fechar para ceder lugar ao novo que esta chegando timidamente. Todo o Universo é feito de movimentos cíclicos e a vida obedece a esses movimentos. Não me chame de bruxa por saber o que sei, pela minha conexão com a natureza e com os seres vivos, por conhecer as plantas que curam, por sentir a energia das flores.

Ela fechou o ciclo. Despediu-se dele e honrou-o independentemente de todo e qualquer sofrimento ou dor. Fechou aquele ciclo de dor e para abrir o outro e permitiu que chegasse o novo ciclo.

Prometeu que continuaria a correr com lobos. E a quem ensinou-a ser corajosa disse: Gratidão mestre por me ensinar:

Norte, Sul, Leste e Oeste

O rico círculo da minha vida

Quando meu arco encontra o seu...