Tem gente que parece melado de cana de açúcar. Tão doce, mais tão doce que é enjoativo. Ao passo que tem gente, que nem jiló misturado com gengibre traduziria. Tem gente que é feito jabuticaba, amadurece tão rápido que cai do pé, pra ser pisoteado, sem dó, nem piedade. Tem gente que parece amora, de repente enche o pé, mas se não panhar estraga. Tem gente que parece limão rosa, casca dura, mas por dentro uma polpa pra lá de saborosa. Tem gente que parece coco verde, duro feito uma pedra, mas se furar, água escorre. Tem gente que parece goiaba, linda por fora, apetitosa, mas cheia de bicho por dentro. Tem gente que parece maracujá você balança, balança, pensa que a polpa está solta e quando abre, as sementes estão presas nos ramos. Tem gente que parece tomate italiano, doçura e malemolência. Tem gente que parece uva passa, saborosa, mas murcha. Tem gente que parece caqui, amadurece e casca escorrega, sem esforço. Tem gente que é o pomar inteiro. Mulheres, então certeiro. Tem gente que nem gosta de fruta, quiçá de gente que tem um pomar inteiro na identidade. Tem gente que nem é gente sem frutificar. Mas tem gente que nem liga pra colheita. Ah, vai. Tem gente, tem gente e já vira salada de fruta! Tem gente que se misturar, azeda. Tem fruta gente que fica bem na fruteira, outras, só na geladeira... Se não comer estraga, se comer muito acaba. Tem gente que é banana madura, escura, amarelou!
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 08/05/2019
Reeditado em 08/05/2019
Código do texto: T6641911
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