Tem justiça mais justa?

Justiça divina

Da conversa trivial com a dupla de evangélicas ficou remanchando na minha cabeça uma frase curta da moça mais nova. "Deus é justo". Confesso que sou bastante avesso a qualquer busca de humanizar essa Inteligência Superior. Fico implicante, mesmo. Meu entendimento diz que essa prática tem a finalidade de colocar na figura humanizada a culpa pelos nossos desmandos terrestres. É mais fácil afirmar. " Essa é a vontade de Deus", "Se Deus quis assim, não cabe contestação", do que admitir as próprias falhas. Ora, se temos todas as ferramentas indispensáveis para um viver saudável, pessoal e para o planeta. Inteligência, capacidade de discernimento e bom senso. Se não usamos esses atributos adequadamente, usar a desculpa da culpa de Deus é apenas mais um uso inadequado dessas ferramentas. E, daí entra a tal frase Deus é justo. Se as atitudes são diferentes o bom senso indica que os níveis de entendimentos também o são. Os graus de evolução humana são claros e indicam que as experiências não são uniformes, como não são uniformes dentro de uma escola, que tem séries diferentes num mesmo convívio,que contribui no aprimoramento dos menos desenvolvidos. Então, não pode ser justo aplicação de uma justiça divina em graus diferentes. A justiça divina, para ser justa, precisa ser a mesma, tanto para o mais aplicado no uso das ferramentas quanto para o que delas tem menos conhecimento. E a lógica é franciscana. O mais evoluído não tem porque ter benesses e o menos evoluído não cresce com castigos. Logo, na minha visão e entendimento, Deus não é justo nem injusto, nem bom nem mau. Não existe unção nem punição. As leis naturais da vida são de tal forma perfeitas que fica claro ser nossa responsabilidade a equação dos nossos problemas pessoas e do planeta. Transferir para uma potética divindade as responsabilidades para os desacertos das nossas vidas é mais que tolice. É perda de tempo mesmo. Comparando com a atividade escolar, se você não foi capaz de aprender e passar de ano, vai ter que repetir tudo de novo, até que entre na cachola e dirima as dúvidas para que possa encarar dúvidas novas e maiores. A vida não admite acochambros. Nosso planeta é apenas uma escola primária. Ou nos esforçamos no aprendizado ou vamos ficando por aqui. A notícia boa é que não existe involução. Não tem volta ao Jardim de infância. Crescimento é compulsório. Ou aprendemos ou aprendemos. Tem justiça mais justa?