Últimas Palavras.
Esgote todas as suas esperanças! Você vai morrer! Eu vou morrer! Tudo o que está vivo um dia morrerá. Parece óbvio, mas muitas pessoas não pensam assim.
Não desenvolva em sua mente algo perene, algo que ultrapassará as fronteiras da eternidade. A vida é ínfima e escoa pelo ralo da morte a cada dia que passa. Amanhã mesmo, ou daqui a pouco, quando voltar para casa e sentar no sofá poderá infartar e morrer.
Suas coisas e seus pedaços ficarão por aí, sua cueca furada será encontrada no fundo da terceira gaveta de seu guarda roupa, sua agenda pessoal será vista e lida, mexerão em seu celular e verão suas coisas, sua vida íntima será descoberta, sua escova de dentes e roupas íntimas serão despejadas no lixo, suas roupas, ou adotadas por algum parente, ou doadas a alguma família ou entidade assistencial, seus livros vendidos em sebos, por preços vis, seus amigos, os que sobraram, dirão a seu respeito, suas aventuras, vivência e loucuras. Dirão por fim que você sempre fora um cara bom, companheiro, com seus problemas, como todo mundo, mas positivo.
Você pode morrer a qualquer momento e das mais variadas formas. Pode ser atropelado, comido por um câncer aos trinta anos ou morrer de Alzheimer aos oitenta e sete, ainda fumando cigarros. Pode ser infartatado, atropelado ou assassinato num assalto em que tu resistiras ou não.
O que quero dizer é que, levando uma vida de cão ou ostentando um milhão na conta, hora ou outra a terra haverá de absorver sua substância, ao barro, à lama de onde veio e para onde irás. Esta é a lei da selva.
Viva de tal forma que quando estiver morrendo, e se porventura tiver esse discernimento no exato momento, a consciência da própria morte, não se arrependas tanto pelo que fez ou deixou de fazer. Estas são as únicas palavras que posso lhe dizer em situações assim. Beijos!