Últimas Palavras.

Esgote todas as suas esperanças! Você vai morrer! Eu vou morrer! Tudo o que está vivo um dia morrerá. Parece óbvio, mas muitas pessoas não pensam assim.

Não desenvolva em sua mente algo perene, algo que ultrapassará as fronteiras da eternidade. A vida é ínfima e escoa pelo ralo da morte a cada dia que passa. Amanhã mesmo, ou daqui a pouco, quando voltar para casa e sentar no sofá poderá infartar e morrer.

Suas coisas e seus pedaços ficarão por aí, sua cueca furada será encontrada no fundo da terceira gaveta de seu guarda roupa, sua agenda pessoal será vista e lida, mexerão em seu celular e verão suas coisas, sua vida íntima será descoberta, sua escova de dentes e roupas íntimas serão despejadas no lixo, suas roupas, ou adotadas por algum parente, ou doadas a alguma família ou entidade assistencial, seus livros vendidos em sebos, por preços vis, seus amigos, os que sobraram, dirão a seu respeito, suas aventuras, vivência e loucuras. Dirão por fim que você sempre fora um cara bom, companheiro, com seus problemas, como todo mundo, mas positivo.

Você pode morrer a qualquer momento e das mais variadas formas. Pode ser atropelado, comido por um câncer aos trinta anos ou morrer de Alzheimer aos oitenta e sete, ainda fumando cigarros. Pode ser infartatado, atropelado ou assassinato num assalto em que tu resistiras ou não.

O que quero dizer é que, levando uma vida de cão ou ostentando um milhão na conta, hora ou outra a terra haverá de absorver sua substância, ao barro, à lama de onde veio e para onde irás. Esta é a lei da selva.

Viva de tal forma que quando estiver morrendo, e se porventura tiver esse discernimento no exato momento, a consciência da própria morte, não se arrependas tanto pelo que fez ou deixou de fazer. Estas são as únicas palavras que posso lhe dizer em situações assim. Beijos!

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 20/05/2019
Reeditado em 20/05/2019
Código do texto: T6651585
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