CANUDINHOS COMESTÍVEIS?!!

Gostei da ideia, poder tomar minha bebida favorita e em seguida comer o canudinho. A primeira coisa que vem na mente é o por quê dessa novidade.

Fiquei curioso e fui pesquisar; o canudo plástico é utilizado para o consumo de refrigerantes e sucos no mundo todo e sua vida útil é de, em média, quatro minutos. São fabricados com materiais não biodegradáveis, e por este motivo, acabam demorando cerca de 200 anos para se decompor na natureza. Há relatos indicando a morte de inúmeros animais marítimos, devido à sua ingestão.

Na Espanha, um grupo de amigos criou um canudo biodegradável e reciclável, feito de açúcar, gelatina, amido de milho, em vários sabores de frutas. Não deixa gosto nos alimentos e pode ser utilizado em bebidas frias ou geladas por cerca de 30 minutos, sem se desfazer. Há, no Brasil, o canudo da Embrapa, criado por seus pesquisadores que utilizam em sua composição vegetais, e sua vida útil é de três meses. De acordo com a empresa, o canudo pode ser descartado na rede de esgotos, sem danos à natureza.

Se analisarmos friamente, teremos aí algumas alternativas interessantes, e que podem ser adaptadas para diversos ítens do ser humano. Não é novidade a utilização de líquidos aromáticos em brinquedos sensuais. Do mesmo modo, há o consumo de lingeries comestíveis. Imagino o casal em um motel, após uma performance mais do que caliente, dispensando o jantar, dando-se por satisfeitos pelo consumo de meia dúzia de suas peças íntimas, nos mais variados sabores.

Não duvidem, se a onda dos biodegradáveis pegar, teremos então em nossas casas objetos tipo celulares comestíveis, livros em vários sabores, impressoras à base de tintas frutadas deliciosas. Jogos de jantar totalmente consumíveis, para a alegria dos que odeiam lavar os seus pratos. É claro que haveria certos bugs, tipo, o desavisado pit bull comendo seu televisor última geração, recém adquirido, como se fosse um petisco sabor picanha. Haveria certamente os exagerados comendo de tudo… muito.

Nutricionistas teriam, em um cenário hipotético, muito trabalho pela frente ao prescrever dietas do tipo; maneirar no consumo de note books, por exemplo.

Ufa! Ainda bem que vivemos a Crise do Canudo e não a Guerra de Canudos, conflito armado ocorrido no final do século 19, mas não sem “ruídos”… esbarramos em novas leis e em custos altos para o milheiro do item, o que torna seu uso demasiadamente oneroso. Vale, então, uma reflexão sobre todas as maluquices ditas aqui nestes últimos parágrafos.

Enquanto isso não acontece, vamos ali na lanchonete comer um apetitoso X-Tudo mais do que comestível, com muito vinagrete e mostarda, regado a suquinho de frutas — sem canudo — numa embalagem ecológica das atuais. E mais, que tal maneirarmos no canudinho e reservarmos um pouco de nosso apetite para “outros tipos de alimentos”, bem mais saborosos?!!