Corrente do bem através da leitura

Gosto muito de ler e me envolvo com a leitura de uma maneira muito intensa. Amo, choro, sofro, me alegro a depender do contexto e essa interação íntima com personagens me faz selecionar leituras leves, não gosto de histórias que contenham violência ou sofrimento, mas também não gosto daquelas que fogem à realidade, tipo o mundo perfeito de Pollyanna. Meu interesse é por literaturas que me acrescentam algo, sejam didáticas, leves, prazerosas, gosto de livros que falam sobre viagens, descrevem culturas, países, romances, auto ajuda, dentre outros.

Recentemente resolvi após a leitura de um livro presentear os amigos com o mesmo. Faço uma avaliação da obra e tento identificar o amigo que precisa daqueles conselhos ou ensinamentos e o presenteio a seguir pedindo que não me devolva, mas passe adiante após a mesma avaliação. Recentemente fiz a leitura de um romance que no início me incomodava muito, a personagem principal era muito submissa, eu não conseguia aceitar aquele comportamento, esperava ansiosamente ela desabrochar, se amar, valorizar, se impor e mostrar que era capaz. Por fim veio a guinada que eu tanto esperava e ela não só se AJUDOU, mas pode ajudar outras pessoas.

Eu queria muito compartilhar essa história com alguém, mas dessa vez não me ocorria um conhecido que se identificasse com a história para que pudesse se “empoderar”, alforriar. Foi quando tive a ideia de deixa-lo na rua, como se o tivesse esquecido e esperava que através da casualidade ele fosse para as mãos certas. A princípio pensei em deixa-lo em um caixa eletrônico, mas meu filho me convidou a fazer uma caminhada e então decidir deixar em um banco de praça. Durante a caminhada passei por ele algumas vezes e comentei: Acho que ninguém vai pegar, se fosse uma carteira com dinheiro”. Na última volta pelo calçadão qual foi minha surpresa, um homem, de aproximadamente 40 anos se distraia fazendo a leitura da obra e me parecia gostar. Comentei com meu filho que mais uma vez fui surpreendida, pois não somente alguém se interessou pelo livro, como fora um homem, eu sinceramente esperava a atitude vinda de uma mulher, que é mais curiosa e romântica.

Na dedicatória eu escrevi: Olá, pode ler, talvez essa história tenha sido escrita para você.

Fiquei muito feliz com o resultado e pretendo não mais quebrar a corrente. Não gostaria de me ajudar?