Um Daqueles Tempos.
Tem dias que não se quer pensar em mais nada, que não se quer mais ver televisão e nem internet, celular e as conversas dos homens sobre outros homens, a política, os desnutridos da Namíbia, os gols de domingo e a classificação do campeonato brasileiro de futebol, na posição jurisprudencial sobre alienação parental, o meio do ano que chega sem mesmo nos dar tempo de digerir o panetone do último Natal.
Tem dias em que se quer apenas olhar o tempo, o céu azul e o clima ameno de fim de maio. O vento a balançar as coisas, o frio do entardecer, sentir o clima e fazer de conta que tudo vai bem, que o governo reduzirá os impostos, que as pessoas deixarão de falar das vidas das outras pessoas e a mentira será rechaçada veementemente.
Um tempo e um momento em que o ódio e a vingança deixarão de existir e por desuso serão excluídos do dicionário, assim como outros discursos de segregação e intolerância.
Aquele tempo em que você acorda num sonho bom e vê que é real. Esse tempo talvez nunca chegue, mas só de pensar nele o coração bate alegre como o daquele cantor e compositor o qual agora não me recordo o nome.