O Especialista
Qual o significado da expressão especialidade? Respondo: Trata-se da qualidade especial, própria de alguém e de alguma coisa; do domínio exercido por um indivíduo na área do conhecimento humano; e da propriedade inerente ao profissional que agrega habilidades práticas no âmbito do saber.
Mencionarei como exemplo, as especialidades da área de Fisioterapia, compreendendo acupuntura, aquática, cardiovascular, dermatofuncional, esportiva, gerontologia, oncologia, respiratória, osteopatia, quiropraxia, saúde da mulher e terapia intensiva.
O número de especialidades em todas as áreas do conhecimento humano é quase infinito. Existem bambas para tudo. Eles estão presentes nas áreas médica, odontológica, financeira, advocatícia, turística, empresarial, governamental e em incontáveis recantos onde a atividade econômica pulsa alvissareiramente.
Os parágrafos iniciais constituem o introito para compreensão de breve história entre dois especialistas nas áreas médica e jurídica, e um terceiro personagem, chamado Mário. Doutor Hermes é especialista em urologia, ramo da medicina que trata das doenças dos sistemas urinário e reprodutor masculino. O causídico Manoel de Almeida, é um jurisconsulto de renomados conhecimentos jurídicos.
Em certa oportunidade, Mário, acometido de dores no testículo esquerdo, procurou o doutor Hermes para oportuna consulta. Após examiná-lo, o médico aconselhou-o a procurar outro especialista, fornecendo-lhe, equivocadamente, o endereço de um advogado. Em lá chegando, Mário, julgando tratar-se de um médico, baixou as calças e explicou:
– Doutor, estou com uma inflamação no testículo esquerdo. Verifique minha situação!
O advogado, surpreso e sem nada entender, respondeu-lhe:
– Senhor, a minha especialidade é o Direito!
Mário, visivelmente aborrecido, exclamou:
– Puxa, quanto especialista!
As especialidades clínicas causam certa confusão. Por conseguinte, recomenda-se ao leitor sérios cuidados para não confundir o consultório do dentista com o do proctologista.
Ao relatar o causo de Mário, lembro-me do matuto que procurou o dentista para extrair um dente. Sem saber ler os dizeres nas portas dos consultórios, entrou na sala de um urologista. O doutor mandou que deitasse, despido, com as pernas recolhidas, e passou a examinar-lhe a próstata. Ao retirar a luva cirúrgica da mão direita, disse ao paciente:
– O senhor não tem nada na próstata!
O caipira respondeu constrangido:
– Doutor, eu vim extrair um dente!
– Por que não falou logo? – Respondeu o médico.
O infeliz paciente concluiu, envergonhado:
– Pensei que o senhor procurava a raiz.