HISTORIAS DA VILA-REZA BRAVA

Historias da Vila

Reza Brava

Quando crianças um dos melhores passatempos que tínhamos eram ouvir as historia e causos que o Zé do banjo contava, muitos da sua infância na cidade de Pompeu em Minas Gerais, descendente de escravos africanos, ele dizia que sabia muitas rezas que aprendeu dos seus pais, e dizia que na roça quando chegava uma visita as crianças eram expulsas da sala não podendo permanecer ali enquanto a visita não fosse embora, mas ele e seu irmão utilizando destas rezas ficavam na sala e não eram percebidos por ninguém. A gente ficava em uma situação de assombro e descrença nestas historias. Mas o que vamos narrar abaixo foi verídico e que cada um tire sua conclusão.

A vila se formando os barracos sendo construídos, poucos entretenimentos, o que restava era encher a cara de cachaça e jogar conversa fora, mas sempre havia alguma desavença, e uma briga era sempre inevitável, e foi isto que aconteceu com o Zé do Banjo, estava ele bebendo em uma venda, quando um rapaz começou a discussão que logo passou para as vias de fato e durante briga apareceu o irmão do rapaz e sua mãe, e pula daqui, salta de lá e de repente em um golpe, a senhora quebra um braço, o povo grita e a confusão se generaliza, ele aproveitando disto trata-se de colocar a perna no mundo e foge. A policia é acionada e sai a procura do fugitivo. Durante a fuga, ele procura um seu compadre que morava no bairro Nova Suissa perto da antiga padaria Cinelândia, quem o atendeu foi a esposa do mesmo, estavam os dois conversando em frente ao portão, quando de repente estaciona um carro da policia civil. E um dos investigadores pergunta à senhora se ela não tinha visto passar ali um negro forte que estava em fuga, e ela sem entender olha para o Zé do banjo, que estava fazendo aquele sinal característico de ficar calada, colocando o dedo na boca, surpresa e não entendendo nada ela afirma que não tinha visto ninguém, como cego os policiais entraram no carro e fora embora. Então eles se despediram e cada um foi pro seu canto. Por isto que faço as minhas palavras àquele dizer, onde diz que não acredito em Bruxa, más que elas existem, existem.

Charles Vagner
Enviado por Charles Vagner em 13/06/2019
Reeditado em 13/06/2019
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