Eu considero Deus

Como eu ia dizendo, o porvir estava a indicar internação em Comunidade Terapêutica. A primeira por que passei consegui fechar o tratamento de seis meses e recebi proposta de permanecer na comunidade, como monitor e carteira de trabalho assinada. Paralelamente recebi um convite para participar de um curso na cidade de São Paulo, com promessa de que ia caminhar em brasas, apenas com o poder da mente. Não cedi à tentação e fui para Sampa. Os proprietários da comunidade disseram se sair, aqui tu não precisas mais voltar. No primeiro boteco que vi, pedi uma cerveja estupidamente gelada. Fomos de ônibus para São Paulo, o motorista que não era macaco gordo, teve que quebrar o galho pra me deixar entrar, pois estava embriagado. Avacalhei com o curso todinho. E fui convidado a me retirar dele. Os paulistanos falavam que eu podia ser comediante do Zorra Total. Voltei sem caminhar em brasas e com a batata assando, porque havia recaído. Era bon vivant. Decidi ir morar numa ilha na Bahia. Coloquei minha casa à venda. Quando apareceu o comprador com dinheiro na frente, algo de sobrenatural aconteceu. Deus conversou comigo. Não face a face. Mas quando deitava, eu não conseguia dormir porque Deus me incomodava pra que eu não vendesse a casa. A sua voz me deixava acordado e fazia ponderações. Eu não estava só. Deus estava ali comigo. Ele dizia que aquele imóvel iria me garantir na velhice. O contrato estava em minhas mãos para assinar e o dinheiro cair na conta. Uma soma considerável. Mas aquela voz que fala com a gente, que os nossos pais chamam de anjo da guarda e os estudiosos chamam de superego, eu considero Deus. Segui os conselhos de Deus e não vendi. Hoje estou contente, Deus prosperou em minha vida, me libertou do vício e o nome Dele é glorificado.
Edras José
Enviado por Edras José em 14/06/2019
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