Na poltrona 18!

O sol estava quente, e à sombra da árvore os passageiros aguardavam o ônibus, que não demorou muito.

Todos acomodados o ônibus iniciou o percurso lentamente, e na poltrona 18 havia uma jovem senhora muito animada com a viagem, inclusive para conversar com a passageira que estava ao seu lado.

Ao longo do percurso de uns 370 km ela se pôs a conversar sem nenhuma preocupação com o tempo ou com outros passageiros, pois todos a ouviam falar sobre a visita à capital Palmas.

Conversa boa, muito otimismo. Expressões animadoras. Nada de tristeza. Ao tempo todo os dizeres se esvaiam entre sorrisos.

Nos relatos sobre os desafios da vida, a saúde foi um dos pontos de seu diálogo. Ela dizia que estava voltando de mais uma consulta médica com um psicólogo. Após um bom tempo de atendimento médico o diagnóstico indicava síndrome de ansiedade.

Dissera que o médico receitou o uso de rivotril, ao que questionou se era um medicamento para "doido". O médico teria dito que era um remédio para tranquilizar a mente, o corpo.

Dissera à colega que tinha iniciado o tratamento com aquele medicamento, o que a fez dormir diariamente por mais de 15 horas.

Fizera isso durante 10 dias. Logo ficara mais calma, mente tranquila, corpo relaxado.

No término do percurso a jovem senhora desceu da poltrona 18 dizendo que estava tranquila, sem ansiedade. No entanto, disse à colega ao lado de sua poltrona que o restante dos comprimidos de rivotril foram jogados no vaso sanitário.