FAZ POUCO TEMPO AGORA.
"Percebi que faz pouco tempo que parei de domar sapatos. Tentar equilibrar em saltos mais altos que o Everest e a guilhotinar meus joanetes em bico finos desenhados apenas para pés de ninfa. De gingar feito uma "jacaroa" apenas para “ser “ in.” Que meias devem ser confortáveis e não parar a circulação do meu tornozelo.
Faz pouco tempo que entendi que não vale a pena usar algumas lingeries que levantavam a minha autoestima, mas apertavam muito mais a minha alma.
Faz pouco tempo que decidi que jeans, só os larguinhos, aqueles tipo “boyfriend”. Essa moda abençoada que te deixa despojada e não tritura a sua cintura.
Que os cabelos sempre presos libertam a minha alegria e que soltos apenas quando o vento condiz com o meu frescor.
Faz pouco tempo que percebi que alguns vestidos “tomara que caiam”, não me caiam nada bem e que por mais que anseie a silhueta de Grace Kelly, terei a minha própria que de seios fartos, mingam o efeito desejado desses belos modelos.
Faz pouco tempo que entendi que o básico é o que basta. Que um guarda roupa cheio não me veste em 10%. Que camisas me empoderam quando preciso vestir meu jargão de mulher forte, que o vestido de algodão me liberta e que o modelo mais sexy é o que me deixa mais livre e plena do que jamais fui. Faz pouco tempo agora.