A vida em dois atos...

Sentir é perceber tudo através dos sentidos, é experimentar, é conhecer. É interpretar diferentes personagens, é atuar em diferentes palcos. Sentir deixa a vida mais interessante, mais emocionante, mais excitante. Quem sente se apaixona, se entrega, chora, ri, dança, canta. Quem sente vive, e vive intensamente.

Isso causa inveja. E muita inveja. Porque sentir não é para todos. É para aqueles que têm coragem. Coragem de sentir a emoção de pular de bungee jump, de voar de asa-delta, de pedir alguém em casamento, de terminar um namoro, de chorar em público, de ter um filho...

Quem sente se expõe, diz logo sim ou não. Sem meio termo. Quem pensa se protege, fica no depende, no talvez. Quem sente, apenas sente, e ponto. Quem pensa, teoriza.

Aqueles que sentem vivem grandes tragédias, um quase drama grego. Vivem entre choros e lágrimas. Mas aqueles que pensam não. A razão lhes concede uma perigosa lucidez. Lucidez que lhes permite rir de tudo, até do trágico. A sátira transforma-se em sua aliada. Sua expressão.

Mas a vida não é uma tragédia, nem uma comédia. Não é apenas um ato de razão ou de emoção. A vida não é uma peça de teatro. Mas exige um certo ensaio.