EMOÇÕES RADICAIS

O ser humano é um medroso nato, já nasce morrendo de medo.

Nasce chorando, reclama de tudo, teme que lhe falte o peito da mãe desde o primeiro instante. É sério! E há mães que privam o recém-nascido do leite ante o risco de ter os seios comprometidos pela amamentação.

— “Ah, meus seios vão cair.” — diz a mulher morrendo de medo de ficar flácida e feia.

Há também momentos na vida onde nossas mães temendo algum acidente no caminho para o trabalho, nos diz — Se benze! Peça proteção para o seu “Anjo da Guarda”. Temos medo da morte e nos borramos diante do perigo. No entanto, há quem conviva naturalmente com a adrenalina nos “esportes” radicais. Algo do tipo:

PARAQUEDISMO: saltos de avião em elevadas altitudes, utilizando paraquedas.

BASE JUMP: saltos de lugares estáticos muito altos, usando apenas um paraquedas.

RAFTING: descer de bote um rio de corredeiras.

ESCALADA: subir ou descer montanhas, formações rochosas, em lugares diversos do planeta.

BUNGEE JUMPIN: saltar do alto de edifícios, pontes ou de guindastes, conectado a um grande elástico.

SURF: envolve equilíbrio sobre pranchas em ondas, de diversos tamanhos e dificuldades.

Confesso que não sou do tipo valente ou radical, tenho certa dificuldade em tipos de lazer que meus filhos adoram: montanhas-russas, elevadores daqueles que despencam e quase nos matam de… medo, cognome cagaço. Vibram e riem o tempo todo. Digo isso por vê-los… a uma distância segura, me divertindo à beça na barraca do tiro ao pato, ou no carrinho bate-bate. Recuso-me a pagar ingresso para tomar susto. Ninguém merece.

Pilotar motos, então, no trânsito maluco das grandes cidades me assusta também. Morre tanta gente em acidentes com moto que torna a pilotagem tão ou mais arriscada que certos esportes radicais. No trânsito as motos não são páreo para os carros que acabam atingindo-as, devido à dificuldade de visualização nos retrovisores.

E os bombeiros? São os campeões do risco. Sua profissão é mais do que radical, por terem que salvar uma legião de malucos, mundo afora.

Risco por uma causa justa, diga-se de passagem. Um conhecido comediante disse certa vez que todos somos... “morríveis” e, estava mais do que certo.

Cito também os aviões. É lindo ver as aeronaves rasgando os céus, levando em suas panças valentes passageiros. Parcela importante desses heróis que conheço dizem que 100% dos aviões que sobem… descem. De que forma isso ocorre, é uma outra história.

Todos esses relatos têm algo em comum, o medo de morrer em alguma proporção. Dizem que dormir é morrer um pouco todos os dias. Você apaga e sai do ar. Com a diferença de despertar no dia seguinte. É o famoso lavou tá novo. Sou então um bom de cama. Durmo pra caramba e "morro" todos os dias um pouco, principalmente depois de um churrasco regado a cerveja boa e gelada.

Dito isso, concluo com um pensamento. Ganhamos “de fábrica” dois botões, um “ON” e um “OFF”. O primeiro a gente usa, abusa e toca em frente. O segundo? Convém lembrar: a Deus pertence.