MEUS AMIGOS PETS

Eu era bem garoto naquela época e eles já estavam lá; brincalhões, saltitantes, mais moleques do que eu. Correndo sem parar. Derrubando tudo. Mordendo tudo, mas sem machucar. Eles e seus rabinhos agitados feito molas.

Ah! E os nomes à antiga? Se não fossem engraçados, eles mesmos rosnariam rogando para que fossem.

Era Lulú pra cá, Radar e Lobo pra lá. Duque, Rin-Tin-Tin, Lassie; uma Rough Collie, e tantos outros nomes pra lá de curiosos. E dá-lhe para lá! Era a década de sessenta/setenta, quando pipocavam na televisão seriados diversos e sempre com um ou outro mascote encabeçando o elenco dos filmes: ou era cavalo ou era cachorro. A criançada pirava. Daí, lógico, essas pérolas de nomes que acabei de mencionar.

Atualmente, embarcamos em nomes humanos confundindo e provocando inevitáveis saias justas. Outro dia, minha cachorra estava lá se lambendo toda na frente da visita. Constrangido, dei uma dura na bichinha:

— Talita, para de lamber a pimpa!!!

Puts!! E não é que a esposa do meu colega se chamava Talita? E claro, a coisa virou gozação. Tive vontade de me esconder sob o telhado e retornar dias depois.

Pequenos ou grandes, orelhinhas ou orelhões. Línguas imensas, molhadas, invariavelmente lambendo tudo e todos, o tempo todo. E nós é que babávamos e ainda babamos por eles.

Sempre sabiam o momento certo de aprontar, metendo suas patas sujas de terra em nossas roupas limpas, saídas do armário. Acreditem, ainda existia terra no planeta! Mas bastava um olhar naquela carinha peluda para evocar um inevitável sentimento de amor. Vez ou outra escapava um tapinha de leve em seus bumbuns, logo seguido de imenso remorso, ante inevitáveis caras e bocas.

Esses pestinhas surgiram no planeta para nos refinar. Em média 15 anos de refinamento; um pouco mais... um pouco menos.

Tínhamos um pestinha chamado Mickey, nos tempos da casa antiga de Santo André/SP. O aludido “personagem” Disney era um arisco pequinês preto e branco... com a cisca. Foi o primeiro cão turbo que ví na vida.

Corria como um foguete da sala para a cozinha, da cozinha para a sala, quicando sobre almofadas tão rápido quanto amante foge de flagra de marido pela janela. Como tudo na vida muda evolui, há hoje aplicativos para compra e venda de tudo... inclusive de pets. Um colega acessou um desses apps e acabou comprando um maltês. Deu sorte com a dona do bicho que de quebra lhe rendeu um cineminha, com direito a “divertidas” travessuras.

Não dizem que o cão é o melhor amigo do homem? Este maltês deu uma bela cria para ele... uma linda gatinha! EH! EH! Enfim, mas tem gente que não está nem aí. Não ligam pra eles. — Falei há pouco de refinamento, certo? — é bem por aí, os donos de pets normalmente acabam se tornando mais dóceis e amorosos, e de tal forma que acabam refletindo no astral de suas casas. A família se diverte, interage. Óbvio. Há que se cuidar para que tenham uma vida saudável, que não lhes falte alimento balanceado e que tenham momentos de lazer.

Faz um bom tempo que prefiro essas criaturas de quatro patas. Foram e são dos mais confiáveis seres da face da terra. Só eles nos fazem rir, correr, brincar com a família. Quem duvida, que ligue num desses apps. Vai que tenha por lá alguma outra dona interessada em conversar sobre pets ou mascotes mais... civilizados.