CONFUSAMENTE FRIO!

Confusamente frio!

Andou olhando a lua cheia, vislumbrando deslumbrada sua luz e beleza tocando seu rosto rígido e pensativo. O vento gelado balançava seus cabelos com violência, mas acariciava sua incerteza e seu êxtase por estar livre...apenas apreciando a paisagem cinza de toda cidade grande.

As mãos já não mais sentia, estavam congeladas. Com muito esforço conseguia segurar o cigarro aceso, que queimara feito incenso por não haver forças e coragem de levá-lo aos pulmões. Estava em choque, tentando vencer o frio envolvida em meio a seus pensamentos:"Que frio!" Era só o que podia concluir.

Em certo momento avistou um pássaro a voar em guerra contra o vento gélido, e pensou em seu íntimo: "Como consegue voar nesse frio todo?" e logo voltou aos seus pensamentos de liberdade. Uma música suave soava em seus ouvidos e logo fora interrompida quando um dos fones caiu. Só então pôde ouvir o som barulhento de seu interior silêncio, as folhas em movimentos como se dançassem um tango, os carros passando como se fosse o fim dos tempos, nem dava pra identificá-los de tão rápidos.

O coletivo chegou interrompendo seus julgamentos, sairia do frio e chegaria em casa. Esse era o unico objetivo nesta hora e assim embarcou, cumprimentou o motorista com meio sorriso, sentou-se e retornou aos pensamentos que deixara para trás. "_Que frio!" novamente lamentou e apenas esperou chegar ao seu destino.

Lembrou de seus afazeres que deixara para realizar mais tarde, mas estava cansada demais para pensar nisso. Decidiu chegar em casa o mais rápido possível para sair do frio castigador do inverno em pleno mês de julho. Desceu do coletivo e caminhou rápido. Acendeu um cigarro por hábito, deu umas tragadas e já estava em casa. Abriu o portão e ouviu seus pássaros a chamando, com saudades ou raiva - sabe-se lá o que se passa na mente deles. Entrou, disse boa noite, sentou-se em frente ao computador e resolveu que seria uma boa hora de registrar algo. Ali ficou por um tempo, ligou o celular, respondeu a algumas mensagens pendentes direcionadas a ela durante o dia, colocou um som agradável e concluiu confusamente que a liberdade precisa ser livre, não se comprometeria com nada hoje, apenas viveria o momento e agradeceria por estar de volta ao lar, doce lar quente e seguro. O frio estava lá fora castigando os transeuntes, mas não poderia mais afetá-la. Sim, agora conseguiria descansar e amanhã outro lindo dia frio de inverno a espera para ser vivido livremente.

Denilsamore
Enviado por Denilsamore em 16/07/2019
Código do texto: T6697638
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