Marcando território

Todas as pessoas, assim como todos os seres deixam marcas em seus caminhos, em seu caminhar. É pertinente aos indivíduos deixar indícios para que lhe identifique o que vem depois.
Os cachorros assim como muitos outros animais usam a urina como marca indelével. Uma mijadinha nos cantos de uma rua já basta para dizer ao próximo cão que este lugar tem um dono e que manda nele. Resta colocar o rabo no meio das pernas e ir andando, do contrário vai ter que lutar por aquele espaço de alguma forma.
A esta ação eu costumo chamar de psicologia canina, marcar território. O que, de certa forma, para nós humanos (ou nem tanto) apenas uma mijadinha não funciona, são necessárias ações que mostrem a autoria do feito e que deve ser respeitadas por aqueles que chegam depois e que para substituí-las deverão demonstrar competência e não apenas astúcia e puxada de tapete.
Parece fantasia de escritor, mas todos os dias, mesmo sem perceber, somos submetidos a estes visitantes que tentam anular o que já estava estabelecido como norma em um lugar, seja sua casa, seu escritório, sua mesa de trabalho sua cozinha em casa, etc.
Costuma-se ver com muita frequência uma pessoa que vem passar dias na casa de alguém, ou colega novo de trabalho, que depois de estudar bem o território começa a olfação da casa alheia para ver onde está mais débil a marca da proprietária ou proprietário, para aí começar a deixar suas unhas marcadas ou suas marcas unhadas ou encravadas. Se a pessoa em questão não tiver bom faro, quando se der conta terá a vida transformada num verdadeiro labirinto e não saberá mais por onde agarrar o mango para não ser fustigada e ainda vai ter que aturar o olhar de vitória do oponente e sua vida desmantelada, seu emprego em perigo ou insuportavelmente difícil de mater. Aquele que chega de mansinho dizendo que iria ajudar se transforma no principal transtorno de sua vida. E agora? Que fazer? Casa ou emprego em perigo!
Conselho número um: Cuidado quando sente alguém pisando no seu pé com muita frequência! Não desculpe, inteire-se sobre o que está ocorrendo.
Conselho número dois: Veja se o sapato que este alguém está usando não é o seu, se for trata de recuperá-lo ou depois vai piorar. Deve ser a causa de seu desconforto atual.
Conselho número três: Mostre que você entendeu o que está passando e que não vai tolerar. Revide a pisada de pé. Na linguagem dos cachorros, faça xixi em cima do xixi do intruso.
Assim é a vida, de marca em marca vamos traçando nosso caminho e deixando pegadas para que outros nos sigam se fizermos um bom percurso. Mas, busque impor suas escolhas como suas, para que outro não venha impor-lhe um caminho que não é o seu. Fazer bem ao próximo é fazê-lo primeiro a você mesmo, seu próximo mais próximo, ou não poderá fazer bem a ninguém mais, pois não será feliz.
IsiCaruso
Isiara Caruso (IsiCaruso)
Enviado por Isiara Caruso (IsiCaruso) em 23/07/2019
Código do texto: T6702930
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