DEIXE-ME SER QUEM SOU
Deixe-me ser quem sou. Sim, meio as avessas, um tiquinho doida, eterna sonhadora, notívaga dos pensamentos. Deixe-me ser quem sou. Um tanto quanto destemperada, mas dona de ternuras não manifestadas.
Deixe-me ser quem sou. É assim, desse jeito. Preciso me mostrar. Preciso achar o núcleo, a representatividade, a tatuagem da vida, porque as linhas de outros se embaralham nas minhas.
Deixe-me ser quem sou, até porque é tanta gente em volta, que me perco nesse emaranhado de egos. Nestas rusgas ancestrais, e em ressentimentos que circundam cicatrizes de outrora.
Deixe-me ser quem sou. Não sufoque minha personalidade pagã. Não amordace os meus passos. Saia do meu encalço. Deixe-me ser quem sou. As escolhas foram minhas, as consequências bem-vindas. Não dá para dar meia-volta na vida. Até os dissabores são doces, porque atesta quem tu és.
Deixe-me ser quem sou. Olhe para mim, assim, não desvie. Eu sou isso, não quero ser o seu espelho. Espelhe-se em ti. Mas, deixe-me ser quem sou.