É lei e daí?

Lendo uma reportagem que me despertou a curiosidade estampada em primeira

página de um matutino da capital de nosso país, depois de muito pensar cheguei a

conclusão de que realmente nossas leis não eram feitas à maneira tradicional e, sim,

paridas da pior forma imaginária. Dissertava o profissional sobre um roubo praticado por

um delinqüente ocorrido mais ou menos assim. O famigerado autor da façanha alugou um

veículo para transportar os móveis que decoravam a casa de nada mais que sua avó paterna,

sem que a mesma soubesse, pois não encontrava em casa na hora do fato ocorrido e sendo

preciso que a porta fosse arrobada por seu neto muito prestativo em aliviá-la de seus

pertences adquiridos, Deus sabe com que tamanho sacrifício. Roubar parentes já é uma

coisa costumeira em nossa sociedade cada vez mais refém da educação a nós imposta por

diplomados vindouros de famílias abastadas, onde o dinheiro sempre falou mais alto e que

encostar a mão no filho é crime.

Mais o que me deixou realmente boquiaberto foi saber que o meliante não poderia

fixar preso mesmo sendo grampeado em fragrante. Usando, como não poderia ser de outra

maneira a nossa excelente lei penal, o delegado foi obrigado a liberar o dito cujo, porque

o menininho bom com apenas 33 ( trina e três ) aninhos de idade gozava de imunidade

ascendente, foi aí que descobri de onde veio a tão falada imunidade parlamentar, ou seja

da pior casta que infesta nossa sociedade os políticos, mas também não quero generalizar,

digamos que apenas uns 99% ( noventa e nove ) por cento de nossos representantes eleitos

são responsáveis por tamanha afronta a nossos sentimentos mais nobres, como por exemplo o respeito ao próximo, principalmente quando ele é tão próximo.

Ao tomar ciência de lei tão benéfica resolvi deixar no ar a seguinte pergunta. Que

tipo de imunidade teria uma pessoa que sendo vítima de um roubo dessa natureza

resolvesse enfiar na cabeça do ladrão um projétil, digamos calibre 38? Seria imunidade

balística? Tá mais de que na hora de pensarem em reformar pra valer nossos códigos ou

então teremos que viver apenas com a roupa do corpo e ainda sorrir dizendo, sou tão feliz.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 28/09/2007
Reeditado em 28/09/2007
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