Histórias de migalhas

Histórias de migalhas






Então existe aquela do sujeito que foi ter com uma junta médica e saiu do encontro desolado. Lhe deram 6 meses de vida, se tanto. Ele se tranca num quarto de hotel e passa o final de semana inteiro assistindo apenas comédias. Uma penca delas. Segunda feira se submete a uma bateria de exames e ocorre a consternação geral. A doença havia desaparecido, como que por encanto. Isso já foi documentado, anos e anos atrás. Fato soterrado, até que alguém resolve trazê-lo à tona. O mundo mágico anda moribundo, depende uma respiração boca a boca para chacoalhar a varinha de condão outra vez.

C.P. Ellis foi membro da Klan por 12 anos, até ele bater de frente com a lendária Ann Atwater, nascida em 1935. Pois em 1971 eles deram as mãos e correram a América dialogando com outros para que a segregação tivesse fim nos recônditos mais encruados. Tornaram-se amigos de vida inteira.

A essência do ser é o que o torna adiante do que sua mente enganosa engendra.

O médico do adolescente John Smith, que em 2015 olhou para o cadáver fresco e mirrado que dera entrada no pronto socorro, dias depois redigiu no prontuário: “Menino chega morto. Mãe reza. Menino ressuscita”.

Há 5 mil anos atrás escreveram sobre a essência: “Espadas não podem cortá-la, o fogo não a queima, a água não a molha, o vento jamais a resseca. Ela está além do poder de todas estas coisas”.

Foi previsto que chegaria o dia em que a mágica seria dizimada pelas religiões, pela retórica e por se tornar um estado mental. Isso sem mencionarmos as máquinas. Em artigo recente sobre ciência e o futuro da humanidade, o autor aborda a Brain-Computer Interface, BCI, (Interconexão Cérebro-Computador) e cita a Neuralink, empresa de neurotecnologia criada por Elon Musk, voltada a desenvolver uma integração surreal entre o cérebro humano, computadores, conexões com a Internet e a nuvem. Nem precisamos ir mais longe. Deve haver zilhares de empreendedores desse naipe com anseios semelhantes.

Seis letras surgem agora, no intento de equilibrar esse cenário. Merlin. E, repare, não como uma pessoa, uma espécie de salvador ou coisa que o valha, mas como uma Entidade de Consciência Mútua. E assim temos o mago, a energia mágica, que significa simplesmente estar além do espectro limitado em que vive a maioria dos humanos.

A fonte dessa informação garante que não haverá apenas um que carrega o título e mantém a diligência. Haverá milhares e milhares, cujas mentes serão antes de mais nada dispositivos de foco, não centros de processamento, e por tal motivo, capazes de compreender que a coerência tem propensão a criar mais coerência. A propósito, ninguém dessa turma lhe dará uma doutrina, em vez disso, amor.

Merlin é o que entende que todo o dinamismo percebido é dele. Que não está em dívida com nada nem com ninguém, visto que em qualquer situação é o portador da energia, em vez de ser o receptor. Merlin não se deixa fisgar pelos problemas do mundo, já está ciente que compaixão e compreensão inabaláveis por padrões negativos dos outros não significa ser espiritualizado. Ele entende que a Terra realmente consegue cuidar de si, até porque a Terra não foi projetada para ter uma solução, ou mesmo para ser o destino final, bem como a condição humana não foi idealizada para infligir sofrimento.



 
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 13/08/2019
Reeditado em 19/02/2020
Código do texto: T6719179
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