Não queria falar de amor...

Acordei mais cedo do que havia programado, as dores fortes no corpo me convidaram a rolar mais um pouco na cama e mergulhar o corpo também, um pouco mais fundo nas cobertas.

Fazia frio, mas eu, completamente misturada ao tecido macio e às minhas roupas largas, me senti aquecida...

Lembrei de você e pensei que não queria escrever um texto sobre o amor.

Não queria sentir fome, nem vontade de ir ao banheiro, não queria mover o corpo parcial ou inteiro, em nenhuma direção além de ir mais fundo embaixo das minhas cobertas...

Eu não queria ser tomada pelo sentimento de saudade, nem lembrar que você gosta da minha aparência, mas enxerga e elogia minuciosamente meu caráter e minha personalidade. E que o prazer que isso trás não se compara a qualquer superficialidade material.

Não queria lembrar do tremor fremente que me toma o corpo inteiro sempre que você chega com os seus passos nivelados, como se houvesse (e há) um equilíbrio total entre você, as pessoas, o chão, o som dos seus sapatos, meus dentes que quase sempre te sorriem, sua mão e eu.

Não queria lembrar do agrado quase cúpido existente no som da sua voz. Porque é sempre muito mais correto, puro, limpo e seguro como estar aqui debaixo das minhas cobertas. E é pelo conforto desse lugar que eu não queria lembrar como eu gosto muito mais de mim e de você sempre que estamos juntos e compomos “nós”.

Lembrando, eu saio flutuando e te conto toda a revolução que você causou aqui dentro.

Te contando eu ponho a trilha sonora do meu peito para tocar na rotina dos meus dias, com os tons agradáveis do volume entre os goles no meu chá.

Te tocando, eu sinto que não existe outro lugar que eu deseje mergulhar tanto quanto nesse rio de caráter, benevolência, altruísmo e amor que transbordam pelos seus olhos.

Eu aprendo todo dia um pouco mais com você e esse amor.

Lembranças das coisas que a gente ainda não viveu...

Ana Karolina
Enviado por Ana Karolina em 18/08/2019
Código do texto: T6723104
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