Se existe um tipo capaz de tirar qualquer um do sério é o ser insubstituível. De fato, por sua autoestima elevada, pela ausência de auto crítica ou apenas por ser o “filhinho da mamãe” ele acredita que é a tecla faltosa do teclado humano, esquecendo que a própria ciência já desmistificou a ideia de extrema necessidade comprovando que o cérebro consegue captar a mensagem mesmo que uma letra seja substituída por outra, ou seja, ser insubstituível é tão passageiro quanto o usuário de transporte coletivo urbano tipo metrô.
Ocupando o segundo lugar no ranking aparecem luminosos os inseguros, dentro de uma caixa com cadeado fechado por dentro, cheios de medos dos próprios medos, a ponto de se confundirem sobre suas reais perspectivas, nadando em favor da corrente, mas usando a força contrária como forma de amansar o ego tão pouco evoluído do ponto de vista da iniciativa. Carregam patuás, fazem orações, mas jamais deram um passo adiante. Vai que o carro atropela. Mal sabem eles que já foram atropelados, e pelados estão, porque já perderam sua identidade e vivem à mercê de uma ordem arbitrária.
Em primeiríssimo lugar, de fácil identificação, essa classe poderia ser chamada de competidora nivel hard, polivitamínico brochante, último caviar do prato, superestimado potencial único, mas vamos apelidá-los de insuperáveis, só pra registrar. Se você teve diarreia, ele teve câncer no intestino; se você viajou pra Portugal, ele foi pra Europa inteira; se você estudou sobre morcegos, ele visitou a caverna dos sanguessugas e dormiu com eles; se você comeu queijo de bufado, ele viu tirar o leite. Ele é tão insuperável que consegue avaliar a sua dor do parto, mesmo sendo homem. O insuperável é uma espécie de rival que sempre vai ter vivido algo parecido. Comido no mesmo prato, sentado no mesmo banco. Ele é tão insuperável que nem precisa de um diálogo, um monólogo cairia como uma luva.
Mas, se depois de ler tudo isso você se sentir irritado, cuidado. Pode ser que participe do ranking e na pior das hipóteses, seja um mesclado, tipo goma de mascar de três sabores. Será que dá tempo de voltar na farmácia e trocar o sabor por canela?
* Produto de um desafio literário sobre os tipos de pessoas difíceis.
Ocupando o segundo lugar no ranking aparecem luminosos os inseguros, dentro de uma caixa com cadeado fechado por dentro, cheios de medos dos próprios medos, a ponto de se confundirem sobre suas reais perspectivas, nadando em favor da corrente, mas usando a força contrária como forma de amansar o ego tão pouco evoluído do ponto de vista da iniciativa. Carregam patuás, fazem orações, mas jamais deram um passo adiante. Vai que o carro atropela. Mal sabem eles que já foram atropelados, e pelados estão, porque já perderam sua identidade e vivem à mercê de uma ordem arbitrária.
Em primeiríssimo lugar, de fácil identificação, essa classe poderia ser chamada de competidora nivel hard, polivitamínico brochante, último caviar do prato, superestimado potencial único, mas vamos apelidá-los de insuperáveis, só pra registrar. Se você teve diarreia, ele teve câncer no intestino; se você viajou pra Portugal, ele foi pra Europa inteira; se você estudou sobre morcegos, ele visitou a caverna dos sanguessugas e dormiu com eles; se você comeu queijo de bufado, ele viu tirar o leite. Ele é tão insuperável que consegue avaliar a sua dor do parto, mesmo sendo homem. O insuperável é uma espécie de rival que sempre vai ter vivido algo parecido. Comido no mesmo prato, sentado no mesmo banco. Ele é tão insuperável que nem precisa de um diálogo, um monólogo cairia como uma luva.
Mas, se depois de ler tudo isso você se sentir irritado, cuidado. Pode ser que participe do ranking e na pior das hipóteses, seja um mesclado, tipo goma de mascar de três sabores. Será que dá tempo de voltar na farmácia e trocar o sabor por canela?
* Produto de um desafio literário sobre os tipos de pessoas difíceis.