Na descida da ladeira, buscando inspiração (que anda dando rasteira), avisto uma cigana, vestida à caráter, perpetuando a tradição de visionária (antes a troco de moedas e mantimentos) que veio tomando-me a mão, para apontar a linha da minha vida como se fosse um fio de lã reaproveitado: o tempo não é seu parceiro e seu futuro parece desgastado. Estava certa ela, MEIO espirituosa, não perdi a oportunidade: - Não EXPONHA minhas vísceras. Tão pouco mude a VERSÃO beta de minha miséria humana correndo contra a CORRENTEZA pra dar “conta do recado”. Tenho compromisso e estou com pressa. - Pressa? É um TESTE do universo para revelar a sua incapacidade de mudar o processo. -Se alterasse o processo sairia bastante feliz, afinal o juiz abusa da hermenêutica... A FORÇA do amor é capaz de mudar tudo! - Nesse caso, duvido. Das HIPÓTESES, a única que jamais caberia seria o amor num divórcio sem acordo, com traição e Cia Ltda. Mas vamos lá, cigana... - É preciso DIÁLOGO para quebrar a corrente. Vejo um furor NOTURNO dominando a mente: insônia. Não perca sua vida por um CAPRICHO! -A única coisa que perderei é a hora. Então me diga, como agradeço? -Não cobramos, apenas contamos com a bondade. Peguei uma moeda e a dei. No sussurro a sentença: -Sua ausência de bondade não te faz prosperidade. E eu que nem acreditava em cigana passei a duvidar: -Mais próspero com a idade? Entendi. E ela pegou logo outra mão.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 03/09/2019
Reeditado em 03/09/2019
Código do texto: T6736243
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