Voe, Maria.
Foi o que eu disse a ela por último. Convenhamos que distância geográfica é uma coisa que eu já estou acostumada. Maria foi ... fazer o que gosta ... fazer o que sabe. E eu sinto um calorzinho tão bom no peito quando presencio amigos crescendo. Sobretudo os que tem coragem. A coragem é uma coisa tão bonita. Maria jogou as fichas, cortou o cabelão na altura do pescoço, fez as malas e foi.
E eu fiquei pensando nessa coisa de voar. De pertencer e ter coragem. É o tempo que passa ou somos nós que passamos por ele? Me ocorreu que não vamos encontrar a mesma pessoa duas vezes nessa vida, e aquele clichê de valorizar quem quer estar ao teu lado, quem respeita o que você é, quem entende suas buscas, é tão vivo quanto nossa frequência cardíaca. E tão bonito quanto o próprio amor. Sim, porque escolhas tem tudo a ver com o coração. E com o que você está disposto a viver sem.
Faz tempo que não sou mais capaz de separar os acontecimentos externos com tudo que trago no peito. E da mesma forma, ver Maria indo feliz foi genuinamente inseparável de todo meu momento particular e em carne viva. Voe, Maria. Isso me inspira tanto.
Trago – do verbo tragar. Lê de novo.
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#TextoDeQuinta