O Poucas coisas me tiram do sério. Exceto a minha mãe que parece ter feito curso de terrorismo social com o Bin Laden, o Adriano que fez PHD na Nova Zelândia e aprendeu a “cutucar a onça com vara curta”, o Horus e o Snoopy que perderam a identidade e como pastor alemão autênticos que são, acreditam que se pular cabem no colo: queda certa, em dose dupla. Fora isso, a prática de injustiça e, claro, o preconceito e a discriminação. Estava num congresso em que se discutia o futuro do transporte coletivo no Brasil, e pasmem, os dados são surreais no que tange à expansão econômica adquirida por empresas de transporte público, nos anos 90 e 2000. Muito empresário do ramo se enricou com a possibilidade de ganhar 9x1, na relação por cabeça. Tempo de vacas gordas. Lá constatei que os próximos 10 anos serão cruciais para cidades até 70 mil habitantes que, estatisticamente, correm o risco de não terem mais esse tipo devtranspirte. Ou seja, estamos na contramão do desenvolvimento. 
Numa das exposições em que se ofertava ao mais velho empresário uma prenda pelos préstimos o apresentador afirmou em alto e bom tom que “apesar de o congratulado ser de uma cidade que nem no mapa do Brasil aparecia, uma cidade mísera do interior”, ele conseguiu esse feito espetacular. Repetiu ainda, “ninguém poderia imaginar que um “jeca tatu” expressão literária da qual me esqueci quem é o responsável, pra dizer que na capital ascende dezenas de pessoas por dia, mas no interior é um marco”. Dizem que cada pessoa recepciona o que ouve conforme a sua realidade e talvez tenha sido isso que veio como “sapato apertado esmagando-me o calo”, foi no interior que aprendi o valor das coisas quando o senhor Édison dizia: “mais vale um chinelo na mão, do que um filho na prisão; que aprendi com dona Filó, que “onde comem dois, três fazem mexido”; aprendi com o Manoel que se prometeu, cumpre, mas se não puder cumprir, volta lá e assume; e tantas outras coisas que viriam agora só meu pensamento para ilustrar as minhas visitas quando criança, à fazenda que meu avó morou. Foi lá no interior que aprendi que mentiroso escorrega com a língua igual quiabo. E aprendi também que o sucesso não tem designação territorial, mas o esforço e a disciplina, sim! Volta e meia passo lá na casa antiga dos meus avós, que apesar de terem morrido tão cedo, ensinaram que quando se planta, se colhe! Sinto saudades do tempo em que, bem pequenina, comia broa de fubá enquanto os adultos faziam contas de cabeça pra calcular os riscos. E eu que se soubesse naquela época, como era bom o interior, teria aproveitado mais. Tudo que vem do interior é bom, inclusive, os sentimentos.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 06/09/2019
Reeditado em 07/09/2019
Código do texto: T6738807
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