O dia em que o País chorou

Naquele dia 13 de setembro de 2007, o Brasil verde-amarelo acordou, ouvindo a sinfonia e os sublimes versos de seu Hino Nacional. “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/de um povo heróico o brado retumbante”. Sim, a nação amanhecera tranqüila; o País navegava em águas calmas, pois “o sol da liberdade brilhara em berço esplêndido”. Mas o povo heróico e o brado retumbante foram sufocados. O “meu Brasil brasileiro” não quis ouvir o ribombar dos apelos por justiça. Democracia já!

O Congresso Nacional fervilhava de senadores em seus corredores. Fecharam as portas da “A Casa do Povo” para que o brado de independência; o brado de liberdade; o brado de justiça não pudesse, qual raio laser, ultrapassar suas paredes. Até os microfones foram cassados. Será que aquela votação secreta era para cassar os inocentes microfones? Será que aquela votação secreta era para cassar a liberdade da imprensa brasileira? Se a votação era essa, o Senado conseguiu e com muito garbo.

Mas o País chorou lágrimas de revolta; lágrimas de decepção; lágrimas de frustração. Ao povo brasileiro foi-lhe surrupiado o que de mais rico o caracteriza, a democracia. Ah! mas foram só seis que se abstiveram! E esses seis mais os outros que votaram contra a decisão popular não somaram a maioria? Então, o Senado foi maculado.

“O tempore, o mores”! “Quousque tandem, Senatores, abutere patientiae populi brasilianus? Que falta faz o velho Cícero! Ó tempos, ó costumes! Até quando, ó Senadores, abusarão da paciência do povo brasileiro?

Quando uma instituição perde o crédito de seu povo, que rumos tomará uma nação?

Choremos, pois, brasileiros! Choremos, como tantas vezes o fizemos, mas choremos de revolta; choremos de descrença naqueles que lá colocamos, como nossos “lídimos” representantes.

Raimundo de Assis Holanda Holanda
Enviado por Raimundo de Assis Holanda Holanda em 29/09/2007
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