O Poder do Poeta

Escrever é uma arte.

Estar aberta à inspiração é estar sensível para captar as idéias, em um determinado momento, o qual não se espera.

Ele simplesmente surge, do nada.

Se nos esforçarmos para escrever, nada vem, porque não é assim. As palavras não podem ser espremidas, coladas à força, em uma tentativa vã de criar algo produtivo.

As palavras são tão sensíveis quanto o coração de um poeta.

Elas vão e vêm, em um bailar delicado e suave, como borboletas, esperando serem admiradas.

E quando a sensibilidade do autor se encontra com a delicadeza das letras, tudo se transforma.

O milagre acontece.

As palavras tomam vida.

O que era preto e branco, fica colorido.

O que era nublado, recebe raios de sol.

O que era inverno, se torna verão.

O poeta deu à luz.

E que poder é esse, o de criar?

Nós, poetas, geramos textos, contos, crônicas, histórias que só existiam antes, apenas e tão somente, na nossa imaginação, mas que tomaram forma e agora, existem na imaginação de multidões.

É o poder de multiplicar.

Multiplicar sonhos, visões, idéias.

É o poder de dividir.

Dividir os sentimentos e o calor das emoções, através de letrinhas que unidas formam sentenças, que penetram na mente e no coração do leitor.

É o poder de subtrair.

Tirar a tristeza, a falta de esperança, a agonia, a angústia.

É o poder de somar.

Adicionar um novo alento, uma nova canção, um novo objetivo.

O poeta tem poderes nas mãos.

Nossos dedos correm soltos, ávidos para chegar ao fim da criação.

E quando chegamos ao fim, mal vemos a hora de começar tudo outra vez.