AUTO ENCONTRO

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Quinta-feira, 3 de Outubro de 2019

Quanto tempo alguém precisa nessa vida para revelar-se a si mesma? Óbvio que essa questão é indigesta. Como seria isso? Uma pessoa descobrir-se a si? E seria isso possível? Porque pode-se entender que todos nós conheçamos nossa própria natureza. E desde que nascemos, existimos e vivemos, não é? Mas não é fácil essa situação.

Existem pessoas que passam ou passaram a vida inteira num desnorteio incrível. Nunca se aperceberam de nada. E até pode-se usar o caso do Lula, o ex-presidente, que nunca viu nada, não sabia de nada e não tinha também noção de nada dos absurdos que existiam em suas gestões governamentais. Mas deixemos isso de lado.

Voltando à questão inicial, a auto descoberta, se assim podemos classificar, é uma questão de auto análise e auto crítica. Mas ambos os exercícios não são fáceis. Tampouco praticado por muitos, só por uns poucos. E nem é comum que isto ocorra. Talvez por isso vejamos tantos revertérios nesse nosso cotidiano.

Surpresa mesmo é ver alguém revelar-se de forma distorcida. Expressar todo o seu desajuste existencial. Viver tanto tempo aprisionado em certas situações. Aí, de repente, a partir de um certo momento, pensa ter se livrado dessa prisão e atira-se mundo afora, sem ter noção de nada. Principalmente do estrago que causará a si. Porque são raros os casos que uma pessoa numa situação dessa alcance o êxito desejado. Fazer o quê?

E não existirá coisa pior do que alguém pensar que mudou, ou seja, encontrou-se, e cair numa esparrela pior do que aquela em que se encontrava. É necessário que todos saibam o que é a natureza e, por desdobramentos, a naturalidade. Tudo que estiver fora disso podemos classificar como anomalia. Daí que existindo tal situação, a pessoa sempre esbarrará em sofrimento.

Infelizmente a vida e o mundo estão repletos de casos assim. Pessoas que nunca souberam identificar sua natureza/naturalidade, fugindo do padrão, e sofrendo quase que o tempo e a vida toda. E mesmo que Freud e seus pares tenham trabalhado isso e ainda continuem a fazê-lo, parece que não lograram muito êxito em consertar tais situações.

Enfim, só nos cabe uma alternativa: acreditar piamente numa afirmação que existe: "há mais mistérios entre o céu e a Terra do que imagina a nossa vã filosofia". Cujo autor é Shakespeare.

Em tempo: para se promover o próprio encontro consigo, um ser humano não pode esperar muito tempo. Principalmente não deixando chegar até à terceira idade.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 03/10/2019
Código do texto: T6760454
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