Brasil, até quando?

Até quando o Brasil resistirá à corrupção generalizada de suas autoridades? No passado, os governos central, estaduais, municipais e a própria Justiça fizeram “vista grossa” para a implacável roubalheira que se alastrou por todas as camadas da sociedade tupiniquim.

Nos diversos níveis hierárquicos dos poderes constituídos, roubou-se desavergonhadamente. Elementos influentes saquearam o erário sem dó nem piedade. E o pior, sob os olhares cegos e os ouvidos moucos de quem deveria puni-los.

Aos 79 anos, tenho dúvidas se ainda verei punidos os que se locupletaram da nossa riqueza, em detrimento dos mais necessitados. Custa-me acreditar na mudança de caráter de nossos homens públicos, porquanto, até hoje, pouco ou nada fizeram para merecerem minha confiança, ora repassada aos meus netos, na expectativa de serem vitoriosos nesse particular.

A honestidade é atributo indispensável ao Brasil, sem o que não sairemos do marasmo desenvolvimentista que nos persegue há décadas. Que seja agora, nossa redenção! Redimidos do desonesto passado, poderemos emergir como potência industrial e agropecuária, despedindo-nos do eterno conceito de país emergente.

Uma voz clama aos nossos ouvidos: Investimentos! Rede de esgoto, saneamento, abastecimento de água, transporte público rápido e eficiente, indústrias baseadas em modernas tecnologias, e tudo o mais que o mundo conhece e ignoramos. Nosso complexo de vira-latas, a que se referiu o saudoso cronista Nelson Rodrigues, poderia estar próximo do fim.

Tais expectativas estão a caminho? Talvez. O governo que aí está, cônscio de seus deveres patrióticos, mantendo-se probo, conforme apregoa, poderá nos dar satisfatória resposta. Resta-nos aguardar o futuro. Que venha o mais rápido possível, pois a necessidade urge.

O transporte de bens e de passageiros por vias ferroviária e fluvial, por exemplo, reduz o trânsito de veículos automotores nas estradas, propicia economia na manutenção da malha viária, minimiza acidentes com vítimas humanas e desonera o Estado com a redução de despesas hospitalares, seguros e pensões previdenciárias.

O honrado e bravo cidadão brasileiro, isento de retrógradas convicções filosóficas, sociais e políticas, contrárias às dos apoiadores de países interessados nas abundantes riquezas florestais e minerais da Amazônia, saberá defendê-la heroicamente.

O atento leitor notará o repetido uso que fiz do pronome possessivo “nosso”. Apliquei-o com insistência no decorrer deste texto, a fim de lembrar aos brasileiros de boa cepa a cobiça estrangeira por nossas

riquezas. O Brasil é extenso. E como disse o poeta, abençoado por Deus.

Os países que no passado devastaram suas poucas florestas e exauriram as raquíticas reservas minerais de seus territórios nos contemplam com olhos de poucos amigos. Por justificável precaução, acendamos a luz de alerta.

A floresta Amazônica, em quase sua totalidade, é nossa por direito inquestionável, sem subserviência estrangeira. Não canso de repetir: Brasil, eu te quero meu, forte, rico, livre e honesto.

Encerro esta crônica com versos de lindas e nacionalistas estrofes do hino evangélico, denominado "Minha Pátria Para Cristo":

Salve Deus a minha Pátria, minha Pátria varonil,

Salve Deus a minha terra, salve a terra do Brasil.

Brava gente brasileira, longe vá temor servil.

Ou ficar a Pátria salva, ou morrer pelo Brasil.