HOJE COMPLETO UM ANO DE RECANTO (deixo aqui meu agradecimento)

Exatamente um ano atrás, indo para o curso de espanhol que faço na casa de cultura da UFC (Universidade Federal do Ceará), quando meu carro parou no sinal vermelho já perto do meu destino, vi um vendedor ambulante ajoelhado no chão que rezava pedindo a Deus que vendesse os sacos de bombons que segurava nas mãos. A cena me tocou como tocaria a qualquer observador atento. Escrevi uma crônica que intitulei “O HOMEM QUE NINGUÉM VÊ”. Esse foi o primeiro texto dos 39 que publiquei no Recanto das Letras.

Tinha ouvido falar do Recanto por um amigo (escritor que muito respeito pelo talento e domínio técnico) que me incentivou a escrever aqui. Segui seu conselho e foi uma das decisões mais acertadas que tomei nos últimos anos.

Quando adolescente, após ler algumas dezenas de romances, comecei a escrever contos e era uma prática que me dava prazer. Minha família aparentemente gostava do que eu escrevia e dizia que devia publicar um livro. Ao reler os contos desse período, vejo que devo agradecer a minha família pela motivação, mas os contos eram muito ruins. Alguns deles modifiquei bastante e foram postados aqui. Outros deixei esquecidos por aí e talvez continuem assim, mas digo que a decisão de escrever no Recanto foi um das mais acertadas dos últimos anos porque voltei a criar e a enxergar esse louco mundo de novo. As pessoas que simplesmente passavam nas ruas e nada significavam para mim passaram a ser o que são: GENTE! Voltei a ver as dores, os amores, as sensações e as histórias dos estranhos... Bem, na verdade passei a imaginar, mas o importante é que se aguçou em mim um legítimo sentimento de alteridade e posso dizer que se não sou um escritor melhor, seguramente sou uma pessoa melhor.

Deixo hoje meu agradecimento ao Recanto!