Memórias de um bancário aposentado(1)
Memórias de um bancário aposentado(1)
Em uma agência da Caixa Econômica Federal, em Brasília, 1980. Nessa época, não éramos considerados bancários, o que só ocorreria em 1985. Trabalhávamos oito horas por dia, como todo funcionário público. O final do expediente se aproximava. Era um dia de pico de atendimento, o que provocava estresse tanto em funcionários como em clientes. O funcionário, já bastante nervoso, finalizava seu último atendimento, que apresentou algumas complicações em seu desenrrolar, mas que, finalmente, deu por concluído. O cliente, não menos nervoso pela demora, não se soube se por ironia ou por alívio mesmo, perguntou ao funcionário:
“Quer dizer, então, que agora eu posso ir DIRETO ao Caixa?”
Sem um pingo de paciência de reserva, mandou essa pérola:
“Se o senhor quiser ir DIRETO, vá. Se quiser ir FAZENDO CURVA, também pode. Vá do jeito que quiser.”
Guilherme Cantidio