A EMOÇÃO DEFINE O TEMPO
Teria o eixo da Terra mudado tanto, a ponto de encurtar os dias, de tal modo que os anos voem?
A sensação de muitos é nítida: atualmente os dias se sucedem com maior velocidade. O tempo escoa num piscar de olhos.
Como formigas, no vai e vem frenético, dia após dia, nada tem graça. Nem ao menos são gravadas memórias.
Mas o que torna a vida longa? O que dá a sensação de muito tempo? O que determina o compasso?
Fato é que o que determina se os acontecimentos serão gravados ou não é a emoção que os envolvem. Quanto maior a emoção mais vívida e forte a lembrança.
Uma vida costumeira em que se segue sem objetivo, à mercê de redes sociais, uma vida rasa, traz a sensação de que o tempo passa muito rápido. Justamente porque inócua. Desprovida de memórias, de fatos marcantes, posto que sem emoções.
O que determina a sensação do curso do tempo são os marcos, as lembranças, essas, como dito, só são formadas quando presente a emoção.
Quando se caminha sem saber para onde, quando se vive um autômato fazendo da vida uma rotina, quando não se escrevem novas linhas, o livro se torna curto, breve. Disso decorre o mal do século. O espírito sofre com a falta de sentimentos, com a vida linear, tão vazia pela falta de acontecimentos memoráveis.
Não é o tempo que cursa mais rápido, é o que se faz com ele que configura a sensação que dele se tem. O que se vive com a alma é que grava o caminho. É preciso atenção, dedicação e presença.
Estímulos para uma vida mais plena não faltam. Basta que se entregue ao que de fato impacta, ao que gera sentimentos, emoções, e que cala fundo.
Enquanto se estiver solitário em meio a pessoas, enquanto estiver ausente do presente, viajando no supérfluo, não terá bagagens, não pontuará a vida e terá certeza de que o relógio disparou ...