o dia em que Nico se esqueceu.

Naquele dia, Nico acordou com questionamentos em sua cabeça. Coçou os olhos algumas vezes até sua visão estar perfeita em meio aquela quase escuridão em seu quarto. Digo "quase", pois uma fina camada de luz, que vinha do sol batia na parede do seu quarto.

"Faculdade, casa, trabalho, pegar meus irmãos na escola, casa, estudar pra prova..." pensava Nico sobre como seria seu dia. Mas algo o afligia, o deixava inquieto. Tão inquieto que o deixava com raiva. Ele odiava não se lembrar de algo. Odiava a sensação da informação estar na ponta da sua língua, mas não querer sair, como se brincasse de pique-esconde.

Bateu com as mãos na cama e bufou.

"Tem algo... sei que tem... e sinto que é importante..." ele resmungava quando levantou-se em direção ao banheiro.

***

Passados algumas horas, Nico que já tinha feito quase todos os seus afazeres do dia, voltava para casa com seus irmãos Liz e Gustavo, o qual os dois riam enquanto tomavam deliciosos sorvetes de casquinha.

Nico desejou boa noite para Chico, o porteiro do prédio, o qual o senhor assentiu com um sorriso breve.

Os três irmãos pegaram o elevador e foram em direção ao sexto andar onde entrariam no apartamento 13.

Nico destrancou a porta, e percebeu que tinha algo estranho quando entrou e viu o lugar todo escuro. Liz e Gustavo riam entre si.

O irmão mais velho entrou e acendeu a luz. De repente, confetes e gritos soaram por toda a sala de estar. E todos os presentes ali, que iam desde seus pais, amigos até os familiares distantes, entoaram um feliz aniversário.

Enquanto todos cantavam e o abraçavam, Nico percebeu que a vida estava passando depressa, e que com os problemas que a vida adulta traziam com ela, ele não lembrara do seu próprio aniversário.

Eriberto Andrade
Enviado por Eriberto Andrade em 08/11/2019
Reeditado em 08/11/2019
Código do texto: T6790172
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