Descaso com uma profissão.

Certas atitudes nos levam a crer que realmente a mídia televisiva está cada vez mais mancomunada com o poder público no intuito de ridicularizar, achincalhar e denegrir a imagem dos nossos professores, bem como desestimular novos adeptos à profissão.
(“Cerca de 25% dos professores que trabalham nas escolas de educação básica do país não têm diploma de ensino superior. Eles cursaram apenas até o ensino médio ou o antigo curso normal. Os dados são do Censo Escolar de 2011, divulgado este mês pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Folha de São Paulo, 28/04/2012”)

Tenho reparado que, ao longo dos últimos anos, nossos “ilustres autores” (globais) de novelas não fazem outra coisa que não seja atacar nossos nobres profissionais, mostrando sutilmente, para um Brasil semianalfabeto, que os mesmos não passam de idiotas, alienados, viciados.

Senão vejamos. Atualmente a novela Amor Eterno Amor, que está em andamento, mostra duas professoras. Uma é aposentada do ensino médio, barraqueira sem caráter; e a outra é uma alienada insegura que, ao tentar se colocar numa empresa, é desqualificada por ser uma professora formada sem exercer o magistério, o que supostamente não lhe confere capacidade para ser secretária (incrível).

Como disse anteriormente, a coisa vem de longe. Na novela “Insensato Coração”, novamente nosso “ilustre autor” inseriu a personificação de uma professora alcoólatra e ladra, que durante um longo tempo nos apresentou a ideia, na “grande telinha” da Globo, de que esses profissionais não têm moral, contribuindo mais um pouco com o interesse inicial a que me referi.

Entretanto, ainda acredito que nem tudo está perdido e que nossos nobres e abnegados professores continuam fazendo a diferença. Basta lermos a matéria abaixo.
(“Na Toca da Raposa, centro cultural em Juquitiba (a 72 km da capital) que realiza encontro entre indígenas e estudantes da cidade, Afukaká agradeceu aos professores pela chance de apresentar "a verdade dos índios". Folha de São Paulo, 28/04/2012”)

Eu não poderia terminar essa crônica sem antes lembrar os nossos governantes da importância de incentivar nossos jovens a abraçarem essa digna profissão, melhorando suas condições de trabalho, bem como seus ganhos.
Para os que o desconhecem, deixo a nobre declaração de um grande estadista brasileiro:

"Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro." D. Pedro II

29/04/2012
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Fernando Antonio Pereira
Enviado por Fernando Antonio Pereira em 24/11/2019
Reeditado em 24/11/2019
Código do texto: T6802538
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