Bons e velhos tempos

Ainda lembro com euforia e uma certa nostalgia, dos tempos vividos pela minha geração. Foi uma época muito rica. Pode acreditar! Talvez os que não a viveram certamente não entenderão nada do que exponho. Imaginem viver sem televisão, sem brinquedos eletrônicos, sem computador. Deve ter sido uma loucura, pensarão os mais jovens. Mas acreditem, foi maravilhoso viver daquela forma. Se não vejamos:
O dia era dividido em três partes distintas durante a semana. Na parte da manhã normalmente estávamos na escola. Após o almoço havia um pouco de estudo e mais à tarde começavam as atividades da garotada e da rapaziada. Tinha de tudo e para todos os gostos. Jogávamos bola de gude, rodava-se pião, soltávamos pipa. Muito comum eram o carrinho de roda de bilhas, os patinetes e também as bicicletas, sem contar a velha pelada jogada diariamente no paralelepípedo (isso mesmo, naquele tempo as ruas ainda não eram asfaltadas) e o saudável futebol do fim de semana. Encerrando a semana os bailes pelos clubes e os hi-fi improvisados nas residências. À noite, logo após o jantar, lá estavam todos (vizinhos) sentados na frente da casa descontraídos, uns jogando buraco ou a famosa sueca, e outros pondo o papo em dia, as amizades eram cultivadas e mantidas ao longo da vida. Já os mais jovens participavam de novas diversões ao longo da rua, sempre repleta. Praticava-se o pique bandeira, o pique esconde, o garrafão e o pula carniça, esses dois últimos praticado pelos jovens mais velhos. Assim a alegria e descontração iam até por volta das dez horas da noite.
Hoje, os cientistas da atualidade não cansam de frisar que os exercícios praticados na infância e juventude contribuem para uma velhice saudável e que são eles os responsáveis pela eliminação de algumas doenças como osteoporose, pressão alta e etc. Além de que, o exercício a convivência faz bem a mente.
Tenho profunda inquietação quando vejo nossos jovem entregues às armadilhas dos computadores, vídeo games e por que não falar da televisão. Terão eles um final feliz e com saúde? Ou sentirão o desprazer de constatar que deixaram de fazer algo no passado, que agora os tornam fracos e incompletos. Por isso não me canso de falar: foram bons os velhos tempos.

18/10/2012

 
Fernando Antonio Pereira
Enviado por Fernando Antonio Pereira em 30/11/2019
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