Nossa dor por Paraisópolis

Paraisópolis existe. Desafia os terraços dos edificios de grande porte, que a contemplam, estarrecidos.
Segue seu rumo, gente miúda, pobre, comunitaria, a favela do dia a dia.
Nasci em São Paulo, e acompanhei seu crescimento a valope, tentáculos se espalhando desordenadamente, levando junto as palavras de Caetano : '' Da força da grana que ergue e destroi coisas belas ''.
Paraisópolis e a elite, num jogo em desalinho, convivendo em total falta de simbiose, retrato fiel de um Brasil que explora a desigualdade social e, hoje, faz mais: extermina o mais vulneravel.
É praxe policial penetrar nas periferias, ameaçar, violentar, matar. Porque seria em Paraisópolis diferente?
Sempre haverá um pretexto que justifique uma ação criminosa e antihumana. São somente alguns corpos que caem, nos seus vinte e poucos anos.
Quem serão as próximas vítimas ? As do próximo baile funk, ou os meninos negros circulando num carro na favela ?
A ordem é matar, porque a ideologia é acabar com o mais fraco.
Essa mensagem é passada de uma forma subliminar, mas muito claramente.
O número de pobres mortos, no Brasil, nos ultimos três anos, é o de uma guerra civil.
Vale conferir.
Shila Kalmi
Enviado por Shila Kalmi em 05/12/2019
Reeditado em 05/12/2019
Código do texto: T6811824
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