Acinte à paciência do povo

NÃO SOU CONTRÁRIO A QUE se pague um salário diferenciado ao judiciário. Compreendo que para se evitar desvios de conduta e constrangimentos, os integrantes do judiciário devem receber, principalmente juízes, desembargadores, ministros e procuradores, um salário igual ao teto, achoque 33 mil por mês. Mas sou contra carro oficial, motorista, diárias, férias de 60 dias, auxílio moradia e outras mordomias. Na Suécia o judiciário não recebe salário de marajá e nem mordomias e é um dos melhores judiciários do mundo.

Mas o pior é que, além de penduricalhos, há o abuso, o escândalo, tabefe no rosto do povo. O acinte à paciência do povo. Pelo menos foi o que aconteceu em Pernambuco, algo inimaginável, uma vergonha. Se não se reverter esse escândalo será melhor mudar o refrão do Hino para Pernambuco, imoral, imoral. Vejam bem, segundo a imprensa divulgou amplamente, juízes e desembargadores de Pernambuco, um estado que atravessa uma fase difícil nas suas contas públicas, receberam no mês de novembro deste ano salários absurdos. Uma juíza ganhou bruto mais de um milhão de reais e líquido oitocentos e cinquenta mil reais, e o vários acho que quase todos, 600, 700, 500 e os que receberam menos 300 mil reais. A justificativa foi que aí estão incluído venda de férias vencidas, antecipação natalina e o escambau absurdos. E o governo do estado deu um jeito de aportar a grana imoral. Digo imoral porque agride o bom sendo e induz à revolta. Pergunto: em que país do mundo há esse tipo de farra? Uma pergunta não pode calar: não vai haver nenhum protesto?

Não sei não, pode ser que seja apenas coisa de Pernambuco, mas se não se restituir a arte da grana aos cofres públicos a justiça vai perder qualquer resquício de credibilidade. E de respeito. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 14/12/2019
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